terça-feira, 12 de abril de 2011
Economistas já prevêem nova alta de juros no ano
A piora do cenário para a inflação já leva alguns economistas a apostar que o Banco Central terá de mudar de estratégia e adotar política mais agressiva no combate à alta de preços. Nos últimos meses, o Banco Central adotou medidas para conter o forte ritmo de expansão do crédito (que contribui para a alta da inflação) e elevou a taxa de juros duas vezes, de 10,75% para 11,75% no total. Para analistas, a autoridade monetária indicou que voltará a subir os juros em até 0,5 ponto percentual em reunião na próxima semana, encerrando o aperto monetário. Mas, resultados da inflação piores do que o esperado nas últimas semanas e forte deterioração nas previsões do mercado têm levado a apostas que o Banco Central será forçado a subir a taxa de juros novamente no segundo semestre. Para Rafael Martello, analista da Tendências, em junho o Banco Central terá a seu favor aumentos de preços menos intensos, o que é normal para essa época do ano. Mas ele espera novas pressões no fim de 2011. Principalmente, diz, após negociações salariais em setembro e outubro: "Em novembro, o Banco Central deverá ter que elevar a taxa de juros em mais 0,50 ponto". Em relatório divulgado na semana passada, o banco JP Morgan disse acreditar que o Banco Central será forçado a estender o ciclo de alta de juros: "Pressões inflacionárias devem manter o ciclo de aperto monetário até o segundo semestre de 2011, levando a Selic a 12,5%". O ceticismo do mercado em relação à capacidade do governo de combater a inflação tem levado a uma forte deterioração das projeções. A meta oficial do Banco Central, medida pelo IPCA, é de 4,5%, podendo chegar a 6,5%. Mas já há quem espere que a inflação ultrapassará o teto admitido em 2011.
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