quinta-feira, 7 de abril de 2011
Dólar acentua queda e é negociado a R$ 1,594, menor taxa em 2 anos e meio
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,594 na venda, nesta quinta-feira, em um decréscimo de 1,23% sobre a taxa do fechamento anterior. Neste ano, o preço da moeda americana já desvalorizou 4,3%. Na quarta-feira à noite, após o encerramento dos mercados, o governo baixou uma nova norma, ampliando o prazo para incidência do IOF (imposto sobre operações financeiras) sobre empréstimos externos, de 360 para 720 dias. A medida, no entanto, teve uma avaliação cética no mercado financeiro. "A medida deve ser considerada leve pelo mercado e, na prática, apenas reforça a posição defendida publicamente pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é a de apenas atenuar o movimento de valorização do real", avalia Miriam Tavares, diretora da AGK Corretora. Há meses prevalece um ceticismo em bancos e corretoras sobre o arsenal do governo para conter a desvalorização cambial em face do motivo fundamental para explicar o fenômeno: o diferencial de juros domésticos e externos, o que torna o País atrativo para o capital estrangeiro, inundando a economia de dólares. E como as pressões inflacionárias não cedem, há poucas perspectivas de que a taxa básica da economia caia, reduzindo esse diferencial. O governo tem insistido que vai enfatizar "medidas macroprudenciais" para refrear o crédito e controlar a alta dos preços. Mas essa nova estratégia é vista com dúvidas no setor financeiro. Além do fluxo cambial, outros especialistas preferem olhar para outro fator financeiro: as apostas bilionárias dos grandes agentes financeiros (como bancos e fundos estrangeiros) na valorização da moeda brasileira. A equipe econômica já começou a tentar restringir essas "apostas", ao exigir que instituições financeiras aumentem suas reservas comparativamente as suas aplicações em dólar. "Está faltando às autoridades monetárias coerência, pois se desejam obstar os ingressos de curto prazo, as posições vendidas dos bancos no mercado de câmbio à vista já deveriam ter sido drasticamente reduzidas", diz o economista Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO.
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