domingo, 3 de abril de 2011

CNPq vai criar comissão contra fraude após denúncia

Após a acusação de fraude em 11 estudos do químico Claudio Airoldi, da Unicamp, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) anunciou um novo comitê que investigará casos como esses. Até agora, o CNPq, principal órgão federal de apoio à pesquisa, não avaliava essas denúncias. "Resolvemos indicar um comitê temporário para auxiliar na criação de uma comissão de integridade científica, para quando casos assim vierem à tona", disse o presidente do órgão, Glaucius Oliva. No Brasil, as investigações estão hoje a cargo das instituições onde ocorrem casos de má conduta. O CNPq também decidiu que o professor será afastado de suas funções no comitê de assessoramento de química do órgão federal até que a investigação seja concluída. As acusações envolvem manipulações de dados de ressonância magnética, em estudos sobre as características de certas moléculas. A editora multinacional Elsevier, em cujas revistas saíram as 11 publicações, diz que três cientistas independentes concluíram que os dados teriam sido manipulados. Ex-colega de graduação de Airoldi, Rogério Meneghini, químico e coordenador científico do Projeto SciELO, defende o acusado. "Ele tem cerca de 400 publicações. As investigações estão no início. Ele pode estar sendo vítima de um grupo concorrente. O que é fraude e o que é interpretação errada dos dados por descuido? Essas coisas estão muito próximas", afirmou. O outro principal acusado no caso, Denis Guerra, atualmente na Universidade Federal de Mato Grosso, voltou a defender Airoldi e reafirmou a sua própria inocência: "Queria ressaltar que não houve fraude. Um pesquisador da Unicamp ou da USP não tem a menor necessidade de fraudar dados. Ainda mais um pesquisador como o Airoldi, com 40 anos de carreira".

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