quarta-feira, 6 de abril de 2011
China é grande especuladora financeira internacional
O investimento direto chinês em outros países multiplicou-se por quase 60 vezes entre 1990 e 2008, segundo dados das Nações Unidas divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 1990, os chineses investiram US$ 830 milhões em outros países, valor que alcançou 52,1 bilhões em 2008. Na América Latina, o estoque de investimentos diretos chineses chegou a US$ 30,6 bilhões em 2009, pouco mais de 12% do total. Do valor investido no continente, no entanto, 94% foram para países fiscais (Ilhas Cayman, Ilhas Britânicas, Bahamas e Barbados), de acordo com o levantamento do Ipea. A maior parte dos recursos estava centrada na Ásia, que recebe US$ 186 bilhões. Desses, 90% ficaram em Hong Kong. Na África, ainda que em termos de fluxos de IDE sua participação seja crescente, a região tem um estoque em torno de US$ 9 bilhões, menos de 4% do estoque total. A Europa concentra US$ 8,7 bilhões, a Oceania US$ 6,4 bilhões e, por último, a América do Norte, com um estoque de US$ 5,1 bilhões, correspondendo a 2,1% dos investimentos chineses no mundo. Em termos de fluxo, de 2003 a 2009, a América Latina recebeu US$ 33,54 bilhões em investimentos, ou 19% do total. Desse montante, mais de 96% foram direcionados para os paraísos fiscais. Dos quase 4% restantes, a maior parte seguiu para Venezuela, Brasil, Argentina, Peru, Guiana, Cuba e México, somando um total de US$ 866 milhões. “Nessa região, o interesse primordial da China tem sido conseguir acesso a extração e produção de recursos naturais e energia (petróleo, cobre e ferro), para suprir sua demanda interna, mas também tem incluído investimentos em montagem de manufaturados, telecomunicações e têxtil”, diz o Ipea em nota.
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