quarta-feira, 30 de março de 2011
Mercadante trocará direção da Comissão Nacional de Energia Nuclear
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, vai trocar a direção da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), órgão do ministério que executa o programa nuclear brasileiro. A dúvida no momento é quem substituirá o atual presidente da comissão, Odair Dias Gonçalves, que ocupa o cargo desde o início do primeiro mandato de Lula. O presidente da Cnen afirmou, em nota, que já havia solicitado sua saída e que Mercadante pediu-lhe que ficasse, "em função do acidente do Japão e do trabalho desempenhado". "Eu continuo presidente até que o ministro solicite a minha saída", disse Gonçalves. A nota "nega peremptoriamente" informações publicadas no fim de semana pela revista "IstoÉ", que atribui possíveis mudanças na cúpula da Cnen a atrasos no licenciamento definitivo da mina de urânio de Caetité (BA) e da usina nuclear de Angra 2. Uma fonte do ministério afirmou que, desde que assumiu, o ministro vem pensando em substituir Gonçalves. Ele não tem sido nem mesmo convidado a participar das reuniões semanais da cúpula do Ministério de Ciência e Tecnologia. Por trás da polêmica está uma guerra aberta entre Gonçalves e dirigentes da Associação de Servidores e da Afen (Associação de Fiscais de Radioproteção e Segurança Nuclear). Um dos ingredientes da disputa foi a distribuição de um e-mail apócrifo no qual Gonçalves é acusado de irregularidades administrativas, entre as quais levar uma diretora e suposta namorada em viagens ao Exterior. Paulo Alberto Lima da Cruz, do Associação de Servidores, diz que o grupo pediu a Mercadante a substituição de Gonçalves depois que seu relatório de atividades de 2010 atribuiu problemas na Cnen à idade média dos servidores --50% têm mais de 50 anos. "Foi um ataque ao corpo técnico-administrativo. Ele nos chamou de velhos".
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