sexta-feira, 18 de março de 2011
Governo petista dá proteção a delator do Mensalão de Brasília
O governador petista Agnelo Queiroz (DF) mantém sob proteção da Polícia Civil o delator Durval Barbosa, que denunciou o Mensalão de Brasília. Barbosa delatou o esquema de pagamento e cobrança de propinas, que foram registradas em vídeos. Uma das gravações mostrava o ex-governador José Roberto Arruda, um dos principais adversários políticos de Agnelo Queiroz. Filmado recebendo dinheiro, Arruda foi preso por suspeita de atrapalhar a investigação e acabou cassado. Ele era o favorito à reeleição, mas não pôde concorrer. O próprio Agnelo Queiroz, então pré-candidato a governador, teria sido filmado quando foi convidado por Barbosa para ver as cenas com os casos de corrupção, mas esse vídeo nunca foi tornado público. Agnelo Queiroz confirma seu encontro com Barbosa e diz que o objetivo era ver trechos dos vídeos. Ele diz nunca ter obtido cópias das gravações. Quando revelou as gravações, no final de 2009, o delator Barbosa havia feito um acordo de delação premiada com o Ministério Público e ficou sob proteção da Polícia Federal. Em 24 de agosto de 2010, Barbosa deu depoimento à Polícia Federal no qual disse que, apesar de "satisfeito com a segurança", não aceitava a recomendação de mudar de cidade, para não ficar longe dos filhos. Três dias depois, a Polícia Federal pediu que ele assinasse compromisso para manter a proteção, pois Barbosa recusara a oferta de morar em casa alugada em outro Estado. Barbosa não assinou, e a Polícia Federal suspendeu a segurança em 31 de agosto de 2010. No dia seguinte, o então governador Rogério Rosso (PMDB) recebeu e acatou pedido para que a Polícia Civil do Distrito Federal fizesse o serviço.
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