terça-feira, 22 de março de 2011

Filha deserdada bloqueia parte dos bens do grupo Itapemirim

Uma disputa familiar, que ocorre sob sigilo, está afetando a Itapemirim, líder em transporte interestadual de passageiros. Após ser deserdada, a filha adotiva do fundador conseguiu na Justiça bloquear parte dos bens do grupo. O caso começou em 2008, quando Ignez, mulher do fundador e deputado federal Camilo Cola (PMDB-ES), de 87 anos, morreu. No testamento, ela deixou tudo o que podia para o filho, Camilo Filho, e nada para a filha, Ana Maria. Com isso, pelas regras de sucessão, Ana Maria terá direito a um terço do que será herdado por seu irmão. Ana Maria, de 57 anos, diz que sofre discriminação na família por ser mulher e adotada: "Eles fizeram a adoção para mostrar para sociedade que faziam caridade. Mas não sabiam que teriam que me dar parte da herança". A herdeira calcula ter direito a cerca de R$ 80 milhões. Segundo ela, o pedido de sequestro dos bens foi feito porque sua família está fazendo negociações para "dilacerar" o grupo, vendendo linhas importantes, e fazer com que ela não herde nada. O faturamento da empresa é de cerca de R$ 630 milhões por ano. O pedido, parcialmente aceito em caráter liminar, resultou no congelamento de 12,5% do grupo. Ana Maria também falou ao Ministério Público sobre um suposto esquema de evasão de divisas e de caixa dois em uma das empresas do grupo em plena campanha eleitoral, no ano passado. O patriarca não se elegeu e assumiu como suplente.

Nenhum comentário: