sexta-feira, 18 de março de 2011
Delúbio Soares já tem os votos para retornar ao PT
A cúpula do PT já se prepara para aprovar a anistia ao ex-tesoureiro Delúbio Soares na reunião do Diretório Nacional dos dias 29 e 30 de abril. Se a votação fosse hoje, ele teria apoio de 59 dos 84 integrantes do diretório, segundo apurou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo (70,2% do total). O perdão a Delúbio faz parte de uma estratégia ampla, que inclui a campanha pela reforma política, liderada no PT pelo ex-presidente Lula, com o apoio do Planalto. O objetivo é usar o discurso da reforma como salvo-conduto para o retorno de Delúbio, expulso do partido em 2005, no rastro do escândalo do Mensalão do PT. “O PT tem um lado forte cristão e sabe perdoar. Por isso, mais de 70% apoiam a volta do Delúbio”, afirmou o deputado Jilmar Tatto (PT-SP): “Ele cometeu erros, foi punido e agora o clima é tranquilo. Ninguém quer briga". Em reunião da Executiva Nacional, na quinta-feira, o PT abriu caminho para empunhar essa bandeira ao criar um comitê que tentará quebrar resistências ao financiamento público das campanhas eleitorais. Composto por dirigentes do partido, senadores e deputados, o comitê vai produzir uma cartilha sobre pontos polêmicos da reforma política, que tramita no Congresso. “Vamos convidar Lula para encabeçar o movimento em defesa do financiamento público, do voto em lista e da fidelidade partidária”, contou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Lula batizou a maior crise de seu governo, em 2005, como “farsa do Mensalão” e prometeu desmontá-la o quanto antes. Embora Costa diga que o movimento pela reforma política não tem ligação com a anistia a Delúbio, o PT quer deixar implícito que os réus do processo do Mensalão do PT, que tramita no Supremo Tribunal Federal (Ação Penal 470) foram injustiçados. O argumento é o de que não houve compra de apoio de parlamentares e partidos políticos, mas caixa 2 de campanha. Por esse raciocínio, Delúbio Soares seria só operador de um sistema falido, abastecido pelo financiamento privado nas eleições.
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