quarta-feira, 2 de março de 2011
Cientistas criam o microscópio mais potente do mundo
Cientistas britânicos fizeram com que um microscópio óptico conseguisse visualizar objetos de cerca de 50 nanômetros (bilionésimos de metro), oferecendo um olhar inédito sobre o mundo "nanoscópico". A técnica, que alcança a maior resolução de que se tem notícia, poderia ser utilizada para observar vírus, diz a equipe de pesquisadores. Com a ajuda de minúsculas contas de vidro, o procedimento usa as chamadas ondas infinitesimais, emitidas muito próximas de um objeto e que normalmente se perdem. Os cientistas capacitaram essas contas de vidro para que recuperassem a luz e refizessem o foco, canalizando-a para um microscópio comum. O método permitiu aos pesquisadores ver com os próprios olhos níveis de detalhes normalmente só identificados por observação indireta, como a microscopia através da força atômica e varreduras com emissão de elétrons. Os detalhes foram publicados na revista acadêmica "Nature Communications". Utilizar a luz visível (o tipo de luz captada pelo olho humano) para observar objetos dessa escala é, de certa maneira, romper as regras da teoria da luz. Normalmente, os menores objetos visíveis são definidos por um parâmetro conhecido como limite da difração. Ondas leves natural e inevitavelmente se dispersam de tal maneira a limitar ao alcance do seu foco ou o tamanho do objeto que pode ser capturado. As ondas infinitesimais que são produzidas na superfície dos objetos tendem a se enfraquecer com a distância, mas elas não estão sujeitas ao limite da difração. Se capturadas, as ondas infinitesimais oferecem uma resolução muito mais alta que a obtida por métodos padrões de captação de imagens, explica o pesquisador do Centro de Pesquisa de Processamento a Laser da Universidade de Manchester, Lin Li. Para observar os objetos, a equipe colocou contas de vidro entre dois e nove milionésimos de metro na superfície das amostras. As contas coletam a luz transmitida através das amostras, captando as ondas infinitesimais e focando-as de maneira a serem observadas por um microscópio comum. A equipe conseguiu observar objetos minúsculos como marcas em escala nanométrica em discos de Blu-Ray. Mas o professor Li acredita que a técnica possa ser utilizada em estudos biológicos mais ambiciosos, nos quais ações em nanoescala são difíceis de serem observadas diretamente. "A área onde acreditamos haver interesse é a observação de células, bactérias e até vírus", afirma Li.
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