segunda-feira, 28 de março de 2011
Caetano Veloso também está autorizado a mamar na têta pública
O Ministério da Cultura voltou atrás e autorizou os produtores do músico baiano Caetano Veloso a usar os benefícios fiscais da Lei Rouanet para bancar os shows de divulgação de seu último CD, o "Zii e Zie". A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, assinada pelo secretário-executivo adjunto do ministério, Gustavo Carneiro Vidigal Cavalcanti. No dia 21 de maio passado, a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, que analisa os projetos aspirantes ao benefício da Lei Rouanet, decidiu que o "Tour Caetano Veloso", no valor de R$ 2 milhões, não precisava de incentivo por ser comercialmente viável. Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano Veloso e sua empresário, exerceu forte pressão para que o ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira, revisse a decisão e autorizasse o uso de dinheiro público, via renúncia fiscal das empresas patrocinadoras, para divulgar o show. Ferreira sinalizou que a decisão seria reformada, mas negou que Paula Lavigne o tivesse pressionado: "Ela não fez nenhum sauê, apenas ligou para mim e perguntou qual critério tinha sido utilizado para Caetano, que ela não percebia que tinha sido usado para outras pessoas". Como se vê, são todos amigos, do mesmo circuito, se ligam com grande facilidade, e se interpelam sem nenhum óbice. A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura é um órgão colegiado que pertence ao Ministério da Cultura. O ministro pode, a seu critério, rever as decisões da comissão. O ministério informou, no entanto, que a decisão publicada no Diário Oficial não foi do ministro, mas uma revisão da própria CNIC, à luz do compromisso dos produtores de Caetano Veloso de baratear os ingressos. Com a decisão publicada agora, os produtores de Caetano foram autorizados a captar R$ 1,7 milhão. O valor representa R$ 300 mil a menos do que os R$ 2 milhões solicitados originalmente. Como condição, o ministério exigiu a redução dos ingressos, para R$ 40,00 e R$ 20,00 (inteiro e meia entrada). É isso aí, a classe artística se tornou completamente cortesã, vivendo com dinheiro público facilitado pelos companheiros.
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