sexta-feira, 11 de março de 2011
Banco Central indica que elevará menos os juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) abriu a porta para lançar mão de novas medidas complementares à alta dos juros no esforço de combate à inflação, consolidando a nova abordagem “híbrida” do Banco Central, sob o comando de Alexandre Tombini. Na ata da última reunião, o Banco Central apresentou pela primeira vez um cenário alternativo aos que normalmente coloca no documento, mostrando que, se o dólar seguir no nível recente e os juros subirem como espera o mercado, a inflação em 2012 já cairia abaixo da meta de 4,5%. Além disso, no mesmo contexto, o órgão sugeriu que “eventuais” novas medidas macroprudenciais (como o aperto no crédito e o aumento do compulsório dos bancos, de dezembro) poderiam levá-lo a reavaliar a estratégia de juros. Boa parte do mercado leu esse novo parágrafo da ata como indicação de que o ciclo de aperto está próximo do fim e a Selic só subirá mais uma vez, em 0,5 ponto porcentual. De acordo com a ata, o quadro inflacionário continuou complicado desde a reunião de janeiro. Na visão do Copom, apesar dos choques de alimentos e de tarifas de ônibus urbanos, a inflação também reflete a continuidade do chamado “descompasso entre oferta e demanda”. Isto é, a incapacidade da economia de produzir bens e serviços no volume que os consumidores têm procurado ainda pressionaria preços, embora a perspectiva seja de que esse descompasso diminua, refletindo os ajustes nos juros, no crédito e o aperto fiscal promovido pelo governo, que foi elogiado no documento do Banco Central.
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