terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Violência na Líbia já resulta em 300 mortos, entre eles 58 militares

Os atos de violência na Líbia deixaram 300 mortos (242 civis e 58 militares), segundo dados oficiais apresentados nesta terça-feira à noite pelo regime do ditador fascista islâmico Muamar Kadafi. Cerca de metade das mortes ocorreram na segunda maior cidade do país, Benghazi, situada 1.000 quilômetros a leste de Trípoli e foco da insurreição. Horas antes deste anúncio, o coronel Kadafi jurou em um discurso transmitido pela televisão restabelecer a ordem brandindo a ameaça de uma repressão sangrenta, garantindo que o regime ainda não "utilizou a força". Os combates em Benghazi, a leste da Líbia, cessaram nesta terça-feira, mas seus moradores temem que agora possam ocorrer bombardeios aéreos. "Desde segunda-feira à noite não há confrontos em Benghazi. O exército e os manifestantes tomaram Katiba Fadil Bouamar, o quartel da guarda presidencial, após duas horas de combate, entre as 20 e as 22 horas",  afirmou Usama, um habitante de Benghazi, que não quis revelar seu sobrenome. Esta cidade, a segunda maior do país, é a base da oposição ao regime do coronel Muamar Kadafi e o epicentro da revolta que começou em 15 de fevereiro. A organização não governamental Human Rights Watch, citando fontes de saúde em Benghazi, disse na segunda-feira que pelo menos 60 pessoas morreram no domingo na cidade. Usama, que se apresenta como militar, disse ter ficado preso no quartel até ser libertado na sexta-feira por vários jovens. Segundo ele, cada vez que uma cidade cai nas mãos dos insurgentes o exército se une aos moradores. Também explicou ter conversado com amigos em Trípoli segundo os quais vários helicópteros dispararam contra quartéis do exército regular para impedir que os soldados se unissem aos manifestantes. Cerca de 160 civis morreram nesta ação, afirmou. Outra testemunha, Mayar, que vive no bairro Al Birkah, no sudoeste de Benghazi, afirmou que participaria nesta terça-feira à tarde de uma manifestação para apoiar os habitantes de Trípoli. "Estamos muito afetados pelo que acontece em Trípoli. Meus irmãos e irmãs vivem um pesadelo. Meu marido não conseguiu sair da capital. Trípoli está em estado de sítio. Kadafi quer exterminar o povo", disse ela.

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