sábado, 5 de fevereiro de 2011
Sócia de Furnas omitiu sua origem em paraíso fiscal
A Companhia Energética Serra da Carioca, empresa pivô da crise em Furnas, omitia seu sócio controlador e não apontava a origem do dinheiro investido na construção de uma hidrelétrica em Goiás em sociedade com a estatal. Apesar dessas suspeitas, levantadas em relatório do corpo técnico do BNDES, Furnas comprou da empresa a participação no negócio da hidrelétrica. Pagou pelas ações, em agosto de 2008, cerca de R$ 80 milhões. Oito meses antes, a Serra da Carioca havia entrado no negócio desembolsando apenas R$ 7 milhões pelas mesmas ações. A estatal diz que não teve prejuízo porque a empresa já havia investido R$ 75 milhões no empreendimento. Mas não divulgou documento comprovando o aporte. As dúvidas sobre a idoneidade da companhia vieram à tona quando ela foi apresentada por Furnas ao BNDES como sua nova sócia. O BNDES já havia aprovado financiamento de R$ 587 milhões para a obra, mas passou a reavaliar seu aval. Na época, o banco pediu informações sobre o quadro societário da Serra da Carioca. Na relação de sócios estavam os empresários João Alberto Nogueira e Sérgio Reinas, com 5% das ações cada um, e a Gallway Projetos e Energia do Brasil, com 90%. A controladora da Gallway era a Atlantic Energy Private Foundation com 99,99%. A Serra da Carioca omitiu que a Atlantic, sediada nas Antilhas Holandesas (paraíso fiscal), pertencia a Nogueira. Mas ao ser pressionada pelos técnicos do BNDES confirmou a informação. A Atlantic não aparecia no Imposto de Renda do empresário.
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