quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Justiça começa a ouvir testemunhas no caso do valerioduto de Minas Gerais

A Justiça mineira realizou nesta quinta-feira a primeira audiência para ouvir testemunhas no processo do esquema conhecido como valerioduto tucano. O Ministério Público do Estado afirma que a campanha de reeleição do então governador, e atual deputado federal, Eduardo Azeredo (PSDB), desviou R$ 3,5 milhões de estatais mineiras em 1998. O ex-ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, que é réu no processo, acompanhou a audiência no Fórum Lafayette, na capital mineira. Já o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de gerenciar o esquema de desvios, não compareceu. Ele esteve no fórum no dia 26 de janeiro, data em que estava marcada, em princípio, a audiência. O procedimento, porém, foi adiado porque nem todos os réus haviam sido encontrados pela Justiça. As testemunhas convocadas pela Promotoria deram explicações sobre o caso. Amilcar Viana Martins, ex-secretário da Casa Civil e de Turismo de Minas Gerais, que ocupou os cargos durante o primeiro mandato de Azeredo, disse que recebeu R$ 6.000,00 da agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério, para saldar dívidas da campanha de 1998, quando foi candidato a deputado estadual. Ele confirmou que não prestou contas da verba à Justiça Eleitoral. Já o empresário Aristides França Neto, que era diretor da Confederação Nacional do Transporte em 1998, disse na audiência que prestou serviços à campanha de Eduardo Azeredo e recebeu, em sua conta pessoal, R$ 205 mil da agência do publicitário Marcos Valério. O dinheiro foi gasto inteiramente na campanha, segundo o depoimento. Apenas metade dos convocados compareceu à sessão, o que deve significar uma nova rodada de depoimentos. Depois disso, a juíza Neide da Silva Martins, da 9ª Vara Criminal, deve divulgar a sentença em primeira instância.

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