quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Exército começa a substituir a tropa que ocupa o complexo de favelas do Alemão
Após quase dois meses do início da ocupação do conjunto de favelas do Alemão e da Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro, os homens do Exército que integram a força de pacificação começam a ser substituídos na sexta-feira. A troca dos cerca de 1,7 mil militares da brigada de Infantaria Paraquedista deve estar concluída no domingo. O comandante militar do Leste, general Adriano Pereira Júnior, que participou nesta quarta-feira da solenidade de formatura operacional dos militares da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, que passarão a ocupar as favelas, o rodízio é necessário pois as atividades são exaustivas. Ele garantiu, no entanto, que o novo grupo tem a mesma qualidade técnica dos soldados que deixam o conjunto de favelas: “Agora será mais um trabalho de continuidade. Entramos lá tomando tiro dos traficantes de drogas que dominavam a área, hoje isso já não ocorre. É muito mais uma ação de presença, de polícia”. Segundo o general, as principais situações em que os militares são requisitados para solucionar estão relacionadas ao cotidiano de qualquer comunidade, como brigas familiares e confusões causadas pelo excesso do consumo de bebida. A força de pacificação que ocupa o conjunto de favelas desde 23 de dezembro do ano passado é formada por cerca de 1,5 mil militares, 200 policiais militares e 30 policiais civis. Na região, composta por 22 favelas, vivem aproximadamente 400 mil pessoas. De acordo com o último balanço da força, divulgado no início do mês, foram feitas 72 detenções e 11 prisões, sendo sete por tráfico de drogas; apreendidos oito fuzis, cinco pistolas, 2 mil munições de diversos calibres, 18 quilos de cocaína, 7 de maconha e 3 de crack. É tudo muito pouco diante do verdadeiro exército de traficantes que se viu na televisão no dia do enfrentamento nas favelas da Vila Cruzeiro.
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