segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Corte de R$ 50 bilhões terá efeito quase nulo na inflação
O corte de R$ 50 bilhões nas despesas federais ajudará a reduzir a inflação deste ano em apenas 0,16%. O cálculo é da consultoria Tendências. Para se ter uma idéia, o aumento das passagens de ônibus nas principais regiões metropolitanas do País em janeiro respondeu por um aumento da mesma magnitude no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ou seja, o aperto nos gastos federais, se concretizado, conseguirá apenas anular o efeito inflacionário da alta dos ônibus. Mesmo assim, a ajuda da política fiscal permitirá ao Banco Central elevar menos a taxa de juros, como deseja o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Nos cálculos da consultoria, o controle de gastos evitará alta adicional de 0,4% na Selic. “O efeito na inflação é pequeno”, disse Alessandra Ribeiro, economista da Tendências. Os cortes no orçamento e as medidas de contenção no crédito anunciadas em dezembro passado entraram em cena para evitar que o governo desse uma “paulada” nos juros para conter a inflação. É nesse cenário que os diretores do Banco Central, que formam o Comitê de Política Monetária (Copom), deverão decidir na quarta-feira a nova taxa de juros no País, atualmente em 11,25% ao ano. A aposta majoritária dos analistas é de alta de 0,5 ponto porcentual, mas parte acredita que o Banco Central pode ser mais agressivo e subir 0,75%.
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