sábado, 5 de fevereiro de 2011

Bombeiro tinha plano para matar juízas no Mato Grosso do Sul

A descoberta de um plano para matar duas juízas de Ponta Porã (cidade localiza a 425 quilômetros de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul) levou o Ministério Público Federal a pedir a transferência para um presídio federal do policial bombeiro acusado de chefiar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas e armas. Atualmente no Presídio Militar de Campo Grande, Ales Marques foi preso em flagrante em julho do ano passado e denunciado pela Procuradoria juntamente com outros 17 integrantes de sua quadrilha. "Investigações revelaram que Ales, mesmo preso, arquiteta a morte de desafetos e de juízes federais que atuam nos processos nos quais é acusado de liderar quadrilha de tráfico internacional de drogas", diz a Procuradoria da República. Os processos contra Marques tramitam na 1ª Vara Federal de Ponta Porã. Tanto a juíza titular, Lisa Taubemblatt, quanto sua substituta, Lidiane Maria Oliva Cardoso, receberam ameaças atribuídas ao bombeiro. A nota qualifica como "estarrecedor" um episódio flagrado pela Polícia Federal em 14 de janeiro, quando o bombeiro deixou o presídio em uma viatura da Polícia Militar para, com três policiais, "cumprir uma diligência" em uma chácara em Campo Grande. "Ales Marques - sem algemas ou qualquer identificação da sua condição - e os policiais ingressaram no imóvel, contra a vontade do ocupante e sem mandado judicial, onde passaram a fazer buscas, sem especificar o que procuravam", diz a representação da Procuradoria da República. A Polícia Federal filmou toda a ação e, segundo a Procuradoria, "colheu dados que reforçaram as suspeitas da existência de planos de Ales Marques para assassinato dos magistrados e de um esquema de corrupção envolvendo a chefia da escolta de detentos do Presídio Militar de Campo Grande". Além da transferência do detento para uma unidade federal, preferencialmente de outro Estado, a Procuradoria pede que a Polícia Federal instaure inquérito para apurar os crimes de ameaça e coação contra as juízas e que sejam tomadas "providências para resguardar a integridade dos magistrados".

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