quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Polícia Federal prende ex-superintendente e mais sete por desvio de cargas em Paranaguá
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira oito pessoas suspeitas de integrarem uma quadrilha que desviava cargas do porto de Paranaguá (PR), segundo maior do País. Um dos presos é Daniel Lúcio de Oliveira de Souza, ex-superintendente da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina). Ele comandou a administração entre outubro de 2008 e abril de 2010. Agentes da Polícia Federal também cumpriram um mandado de busca e apreensão no apartamento, em Curitiba, de Eduardo Requião, irmão do ex-governador do Paraná e senador eleito Roberto Requião (PMDB). Eduardo ocupou o cargo de superintendente da Appa entre 2003 e 2008, quando seu irmão era governador. Os oito presos foram levados para a sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em Curitiba. Ao todo foram cumpridos dez mandados de prisão temporária em Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro, além de 29 mandados de busca e apreensão em empresas, terminais portuários, casas dos investigados e na sede da Appa. Segundo a Receita Federal, que participou da operação, a quadrilha é acusada de desviar 10 mil toneladas de cargas anualmente, especialmente soja, farelo, milho, açúcar e trigo. Ainda segundo a Receita, só em soja o desvio chega a R$ 8,3 milhões. As investigações começaram há dois anos, após a Receita Federal receber reclamações de exportadores que se queixavam do sumiço de parte das cargas embarcadas em navios graneleiros. Segundo a Receita, parte do grupo preso nesta quarta é proprietário de um terminal de embarque no porto e de empresas exportadoras. A suspeita é de que eles se apropriavam da "retenção técnica", um percentual a mais de carga enviado pelos exportadores para cobrir perdas que podem acontecer em operações de armazenagem e embarque de granéis. Segundo a Receita, quando o embarque era finalizado, os suspeitos informavam aos exportadores que não havia sobrado qualquer retenção. Depois, eles comercializavam a "sobra" ilegalmente no mercado interno.
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