domingo, 9 de janeiro de 2011

Para Estados Unidos,situação da Varig estava prestes a se tornar "muito confusa", revela WikiLeaks

O jornal Folha de S. Paulo publicou uma série de caborgramas da embaixada dos Estados Unidos no Brasil para Washington, relatando a situação da Varig, no primeiro governo Lula. Os textos estão em inglês, ex-funcionários da Varig, pilotos, comissários de vôo, aposentados da companhia, que foram deixados na miséria pelo governo lulopetista, podem agora ler esses telegramas e verificar a versão do governo norte-americano, que estava muito a par da situação da Varig e sua evolução, em permanente contato com o governo brasileiro. Uma coisa é certa: o quadro funcional inteiro da Varig confiou na direção de seu sindicato petista, pensando que assim estaria a salvo. Deu no que se viu. Enquanto isso, petralhas preconceituosos diziam que o governo petista não tinha interesse em salvar a Varig, porque só as elites viajavam de avião. O tamanho da irresponsabilidade e boçalidade desse gente é incomensurável. A situação econômico-financeira da Varig era plenamente equacionável. Mas, o governo lulopetista quis destruir a companhia, e gerar uma crise no setor aéreo que permanece até hoje. Centenas de pilotos e co-pilotos brasileiros foram obrigados a procurar emprego no Exterior. O governo Lula prolongou a agonia da Varig por cerca de dois anos, temendo a repercussão negativa que a quebra da companhia provocaria nas eleições de 2006. A revelação consta nos telegramas enviados pela Embaixada dos EUA em Brasília para Washington e obtidos pelo site WikiLeaks. A análise sobre a preocupação eleitoral foi construída com base em conversas do embaixador John Danilovich com o vice-presidente e ministro da Defesa na época, José Alencar, e mais fontes não identificadas do Palácio do Planalto. O caso Varig é citado em ao menos 13 telegramas. Na maioria, os diplomatas mostram preocupação com temas de interesse das empresas dos Estados Unidos de aluguel de avião, como a ILFC e os braços financeiros de Boeing e GE, credores da Varig. O caso Varig, em especial a condução da venda em leilão judicial, foi considerado "bizantino" pelos americanos, que também ironizaram a incoerência entre o discurso e a prática do governo Lula. O governo dizia que não ia ajudar, mas prolongava a agonia, por meio das estatais Infraero (que administra aeroportos) e BR Distribuidora (fornecedora de combustível), ao renovar linhas de crédito ou tolerar a falta de pagamentos. O embaixador Danilovich também conta ter ouvido de fonte palaciana, em dezembro de 2004, argumento que justificaria a atitude de não socorrer a Varig: "Por que um governo liderado por um presidente do Partido dos Trabalhadores deveria subsidiar uma empresa mal administrada que atende a elite (o pobre não tem dinheiro para voar)?" Os telegramas trazem ainda uma revelação. Segundo o relato de Danilovich, em dezembro de 2004, durante reunião com o vice-presidente da Boeing, Thomas Pickering, José Alencar afirmou que uma das soluções em estudo seria dividir a parte boa da Varig entre TAM e/ou Gol. A Gol não tinha aparecido publicamente como parte de solução em estudo pelo governo. Porém a empresa acabou sendo a solução ao adquirir a Nova Varig, em 2007. A aquisição evitou, mais uma vez, a falência da companhia, ameaçada pela disputa entre os sócios brasileiros e o fundo Matlin Patterson, dos Estados Unidos. Na conversa, José Alencar classificou de "um horror" a situação financeira da Varig. Adiar uma solução para o caso Varig, segundo relatos que o embaixador diz ter colhido, teria outra vantagem, além da questão eleitoral: dar tempo para TAM e Gol se prepararem para assumir as rotas internacionais. Em 10 de junho de 2005, com a pressão dos credores donos de avião aumentando, Danilovich declarou: "Antevemos que a atual crise rapidamente se tornará muito pública e muito confusa". Quatro dias depois, o embaixador era procurado pela Varig, à época liderada por David Zylbersztajn e Omar Carneiro da Cunha, que lhe fez apelo para tentar impedir que a ILFC entrasse com ação de retomada de aviões por falta de pagamento. Como o embaixador não se comprometeu, em 17 de junho, data em que a ILFC planejava retomar as aeronaves, a Varig entrou em recuperação judicial, ficando protegida do arresto dos aviões. A ILFC, subsidiária da seguradora AIG, era o credor americano mais aguerrido. A Boeing, parceira antiga da Varig, apoiou o plano. Não por benevolência, mas por questão de imagem. "Dada a popularidade da Varig no Brasil, a Boeing não queria ficar com a fama do vilão que levou a empresa à falência", escreveu o encarregado de negócios Philip Chicola em julho de 2005. Esse papel coube à ILFC. Os informes constam nos milhares de despachos diplomáticos que o WikiLeaks começou a divulgar em novembro. A Folha e outras seis publicações têm acesso ao material antes da divulgação no site da organização. A seguir os telegramas da Embaixada americana, em inglês. Clique no link para ter acesso ao arquivo: http://tinyurl.com/38wfhvl

Um comentário:

Francisco Amado disse...

Depois de tudo isso, temos no governo do estado e na prefeitura de Porto Alegre >PT<.
Moral da História:
Vão tudo pra PqPariu, mentiram que o povo gaucho é o mais politizado e todo mundo acreditou.
Hahahahahahahahahahahaha.