segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Itália ameaça processar Brasil e congelar tratado de R$ 22 bilhões
Apenas um dia após Dilma Rousseff ter tomado posse, a nova presidente do Brasil já enfrenta sua primeira crise diplomática grave, herdada da gestão Lula. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, em entrevista ao jornal milanês Corriere della Sera, subiu o tom e ameaçou levar a recusa brasileira de extraditar o terrorista italiano Cesare Battisti à Corte Internacional de Haia, órgão das Nações Unidas que julga conflitos entre países e casos de violações de direitos humanos. O governo italiano também ameaça congelar um tratado comercial e militar entre as duas nações que poderia movimentar R$ 22,1 bilhões. A ameaça da Itália veio exatamente no primeiro dia de trabalho de Dilma, ironicamente dedicado a negociações internacionais. O novo ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, disse que a presença do embaixador italiano Gheraldo della Francesca na posse da presidente Dilma Rousseff, no sábado, foi uma demonstração de que não há problemas entre os dois países por causa da decisão brasileira. “O não à extradição é um precedente gravíssimo que poderia influir sobre os destinos de outros foragidos. Ele não pode passar o sinal de que o Brasil é o país onde pode ser repetido um novo caso Battisti”, afirmou Frattini. Por isso, segundo ele, a Itália estaria pensando em “levar o caso à Corte Internacional de Haia”. Frattini também disse que o tratado de parceria estratégica entre Brasil e Itália, o qual deverá ser votado em janeiro na Câmara dos Deputados da Itália, poderá sofrer um adiamento ou ser retirado da pauta. Esse acordo econômico, ratificado por Lula e pelo premiê italiano Silvio Berlusconi, em Washington, no começo de 2010, geraria oportunidades de negócios de 10 bilhões de euros (R$ 22,1 bilhões) entre os dois países, inclusive com a troca de informações e de tecnologias em vários setores industriais. O tratado também prevê a cooperação na área de tecnologia militar e de defesa, além da cooperação aeroespacial. “Entre os dois países existem interesses profundos, mas neste clima eu não vejo assim fácil a aprovação do tratado. Talvez ele não seja rejeitado, mas poderia ser adiado. Porque existem princípios que valem mais que tudo e a luta contra o terrorismo não pode tolerar lacunas, como aquelas provocadas por Lula”, disse Frattini.
Um comentário:
Absolutamente inconcebível a atitude do Presidente Lula já no crepúsculo do seu Governo. Criar um problema diplomático com a Italia, país amigo com profundas raízes, inclusive no desenvolvimento desse País é digno mesmo das besteiras que Lula fez em relação à politica externa. Battisti é um criminoso, condenado por um país democrático e não pode receber o asilo como se fora um perseguido politico. A Presidente Dilma se quiser começar a conquistar o respeito da comunidade internacional e dos brasileiros tem que tomar uma atitude, mesmo que isso contrarie o seu criador. É pagar pra ver.
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