domingo, 2 de janeiro de 2011
Desvalorizados por Chávez, executivos do petróleo venezuelano são disputados no Exterior
A notícia de 2010 no agora dinâmico setor petroleiro da Colômbia foi a entrada, na Bolsa de Valores de Bogotá, da empresa canadense Pacific Rubiales. A novata viu suas ações subirem mais que quaisquer outras: 86%. Na vizinha Venezuela, críticos do governo Hugo Chávez destacam o êxito enquanto assinalam que a estatal local PDVSA admite queda na extração de petróleo e na produção de derivados. É só abrir a página da companhia canadense na internet para entender o entusiasmo dos analistas: 8 de seus 12 principais executivos (do presidente ao vice-presidente de planejamento, passando pelo responsável máximo pelas finanças) foram treinados e ocuparam posições de destaque na PDVSA. O atual presidente da BP no Brasil, Guillermo Quintero, trabalhou na PDVSA até o começo da década de 1990, quando fundou sua empresa de consultoria. Mas os executivos venezuelanos que trabalham na Colômbia são as estrelas do momento de uma diáspora que abarcou 22 mil funcionários da estatal venezuelana, ou metade da massa laboral que a PDVSA tinha em 2003. O contingente deixou a empresa entre 1999, quando Chávez chegou ao poder, e 2003, quando terminou a greve que reduziu a quase zero a produção de petróleo na Venezuela. A paralisação, cujo estopim oficial foi a troca do comando da PDVSA por Chávez, transformou-se em um locaute apoiado por vários setores com o objetivo explícito de desestabilizar o governo. Luis Pacheco, vice-presidente de Planejamento da Pacific Rubiales, que trabalhou 17 anos na PDVSA, reclama do status de ex. "O governo que em má hora nos governa quer nos converter também, como se se tratasse de etiquetas, não só de ex-PDVSA, mas também de ex-venezuelanos", escreveu em seu blog em abril. A Colômbia, cujo setor petrolífero renasceu com a melhora das condições de segurança derivada do enfraquecimento das organizações terroristas e traficantes de cocaína, é o novo destino dos expatriados. Além do caso Pacific Rubiales, há ainda a Alange, que tem como presidente-executivo o ex-presidente da PDVSA, Luis Giusti, símbolo da chamada "abertura petroleira" revertida por Chávez. A Alange, também de capital canadense, anunciou a descoberta de petróleo pesado na Colômbia em dezembro e prevê entrar na Bolsa neste ano.
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