quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Justiça argentina pode condenar ex-presidente Carlos Menem a oito anos de prisão
Promotores argentinos pediram uma pena de oito anos de prisão para o ex-presidente Carlos Menem, por coautoria em contrabando e desvio de armas durante seu governo, de 1989 a 1999. O material bélico, em torno de 6.500 toneladas, seguiria para Panamá e Venezuela, mas foi desviado para a Croácia e Equador, entre 1991 e 1995. O pedido foi feito pelos promotores Mariano Borinsky e Marcelo Agüero Vera no julgamento do ex-presidente e outras 17 pessoas pela venda ilegal de armamento a dois países com os quais era proibido comercializar armas na época. Por ocasião da venda, a Croácia estava sob embargo internacional de armas e a Argentina era fiadora da paz no conflito limítrofe entre Peru e Equador. "Menem deu seu aval à venda de armas aos verdadeiros países de destino, com cujos governantes tinha excelente relação", destacou a promotoria. Os promotores pediram ainda sete anos de prisão para o ex-ministro da Defesa, Oscar Camilión, e para o ex-assessor presidencial Emir Yoma, além de solicitar que o ex-chefe do Exército e atual embaixador da Colômbia, Martín Balza, seja investigado por falso testemunho. Menem, aos 80 anos, ocupa uma cadeira no Senado. Por isso tem prerrogativas que o impedem de ser preso durante o mandato, mesmo diante de uma eventual condenação.
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