sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Governo colombiano informa que as Farc planejaram sequestros no Exterior
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, organização terrorista e traficante de cocaína) planejaram desde 2003 sequestros no Paraguai, Peru e Venezuela para reforçar seus cofres, no momento em que o grupo começava a enfrentar uma ofensiva militar sem precedentes por parte do governo, disse o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, na quinta-feira. Santos divulgou emails datados de 2003 a 2009, encontrados em computadores que pertenciam ao chefe terrorista Jorge Briceño, o "Mono Jojoy," morto em setembro em um bombardeio. "Organizar o trabalho de tal forma que não haja possibilidades de vincular às Farc", sugere uma das mensagens citadas em um documento distribuído por Santos. "Aí está claríssimo como fazem as coisas e depois se escondem para que não os culpem", afirmou o presidente Juan Manuel Santos. Um dos emails cita a possibilidade de sequestrar o dono de um banco de Aruba e Curaçao, que seria recebido perto da cidade venezuelana de Maracaibo. Outra mensagem, remetida pelo terrorista e traficante de cocaína Raúl Reyes, revela o pagamento de um resgate de 300 mil dólares, em 2003, pela família de um refém no Paraguai. O documento sugere uma relação entre as Farc e o Partido Pátria Livre, do Paraguai, acusado de cometer no final de 2004 o sequestro de Cecília Cubas, filha do ex-presidente paraguaio Raúl Cubas. A mulher apareceu morta meses depois, e já havia suspeitas de ligação dos terroristas das Farc com o caso. "No Paraguai existem boas condições para os trabalhos financeiros conjuntos, compra de armas e organização de redes de apoio. Os controles na fronteira para se mover do Paraguai para o Brasil ou a Argentina são mínimos," disse o mesmo email. Outra comunicação, de maio de 2009, revelava o plano de sequestrar um empresário no Peru e exigir um resgate de 4 milhões de dólares. Segundo Santos, os documentos mostram também vínculos e apoio às Farc por parte do chamado Movimento Continental Bolivariano, criado na Venezuela. "Tudo isso significa que as Farc estão desesperadas para voltar a ganhar credibilidade e espaço internacional, inclusive para promover todos os protestos sociais, participar dos protestos sociais, estruturar uma rede de inteligência que chamaram de Continental Bolivariana. Querem jogar em nível internacional," disse Santos. Estados Unidos e União Européia qualificam o grupo como terrorista, mas a imprensa brasileira trata estes terroristas em suas matérias como se fossem românticos rebeldes, românticos guerrilheiros, a la Che, o ícone da esquerdopatia.
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