sábado, 13 de novembro de 2010
Subnotificação de óbitos no País cai de 17,8% para 9,5% em dez anos
O sub-registro de óbitos no Brasil diminuiu nos últimos dez anos, passando de 17,8% em 1999 para 9,5% em 2009. Mesmo no Norte e Nordeste, que apresentam os níveis mais elevados de mortes não registradas, houve uma melhora na cobertura na década. Nessas regiões, em 1999, as taxas eram de 30,7% e 37,7%, respectivamente; e no ano passado, haviam caído para 23,8% e 24,9%. Os dados fazem parte do estudo Estatísticas do Registro Civil de 2009, divulgado na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, a falta de registros de morte é maior entre a população infantil, especialmente até 1 ano de idade. Nesse caso, para o conjunto do País, a subnotificação chega a 43%, e os índices mais alarmantes também são observados nas regiões Nordeste (68%) e Norte (45,2%). Com tanta falta de notificação de morte de crianças até 1 anos, como pode o governo afirmar que caem os óbitos no primeiro ano de vida no País? Em Estados como Maranhão, Piauí, Alagoas e Rio Grande do Norte, quase oito em cada dez mortes de crianças até 1 ano deixam de ser notificadas. De acordo com o gerente da Pesquisa do Registro Civil do IBGE, Adalton Bastos, a existência de cemitérios não oficiais contribuem para essa realidade. Segundo o estudo, especificamente no Norte, há outro fator agravante, que é a distância entre as comunidades e os cartórios. Bastos destacou também que a baixa subnotificação das mortes infantis “reflete o grau de desigualdade de acesso a bens e serviços, especialmente os de saúde, assim como as diferenças socioeconômicas regionais existentes no Brasil". “A mortalidade infantil nesses lugares é maior do que temos registrado, o que revela que ainda são muito ruins os serviços de saúde e de saneamento básico, e as crianças sofrem mais com isso, porque ainda não têm anticorpos necessários para evitar as doenças decorrentes”, acrescentou o gerente do IBGE.
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