sábado, 13 de novembro de 2010
Plataformas da Petrobras vão gerar 28 mil empregos no Rio Grande do Sul
A construção de oito cascos de navios-plataforma de petróleo vai movimentar o mercado de trabalho de Rio Grande e arredores, município da região litorânea do Rio Grande do Sul. Com investimentos de US$ 3,46 bilhões, as obras vão garantir emprego direto a 7 mil trabalhadores, no pico de produção, e a mais 21 mil ligados a empresas que prestam serviços indiretos. Os contratos foram anunciados na última quinta-feira pela Petrobras e a empresa Engevix Engenharia, encarregada das plataformas flutuantes, tipo FPSO, montadas em cascos de navios. As estruturas serão utilizadas na exploração de petróleo da camada pré-sal, projetadas para produzir, armazenar e transferir óleo e gás. Cada uma terá capacidade para processar diariamente até 150 mil barris de óleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural. A previsão é que os dois primeiros cascos sejam entregues em 2013 e os demais ao longo de 2014 e 2015. O diretor executivo da Engevix, Gerson Almada, afirmou que a mão de obra será local, com aproveitamento de moradores da região. Haverá treinamento específico para cada tipo de tarefa e serão chamados alunos dos cursos do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), patrocinado pelo governo federal e que forma anualmente milhares de pessoas no País. Até o primeiro semestre de 2011, serão criadas 1,5 mil vagas, com o auge da produção em 2012. "O Rio Grande do Sul tem uma tradição em polo metalmecânico e estamos fazendo uma reciclagem dessas pessoas para a indústria naval", afirmou ele. O porte da encomenda vai envolver nada menos do que 100 empresas subcontratadas, segundo o executivo da Engevix. O edital publicado pela Petrobras prevê um mínimo de 65% de conteúdo local, mas, segundo Almada, o objetivo é ir além, chegando a 70% das peças e equipamentos fabricados no Brasil. "As partes que ainda não se fazem no Brasil são ligadas à perfuração, sondas e determinadas bombas. Algumas coisas ainda precisamos procurar fora do País. Mas estamos começando com um trabalho de nacionalização, visto que não serão só oito navios-plataforma, pois a Petrobras declarou que precisará de mais embarcações desse tipo", afirmou o executivo Gerson Almada. Com o fortalecimento da nacionalização dos componentes, ganham centenas de empresas brasileiras, pois a complexidade do projeto vai gerar milhões de reais em encomendas. Cada casco vai utilizar 40 mil toneladas de aço, terá 8 mil toneladas de tubulações e abrigará 10 mil toneladas de equipamentos. Um dos motivos que garantiram a vitória da Engevix na disputa licitatória, segundo o executivo, foi a proposta inovadora de se construir as plataformas a partir da montagem dos cascos. Até o momento o mais comum era se recondicionar navios antigos. O executivo da Engevix previu que, mantidas as encomendas ao setor naval, o Brasil se tornará um exportador futuro de navios e plataformas, invertendo a tendência verificada em décadas passadas, quando a maior parte dos equipamentos era construída no Exterior.
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