terça-feira, 16 de novembro de 2010
Executiva do DEM diz que descarta possibilidade de fusão
O DEM descartou nesta terça-feira a fusão do partido com o PMDB ou o PP, articulada por setores do partido depois do mau desempenho da sigla nas eleições de outubro. Em decisão tomada pela executiva nacional, os democratas decidiram permanecer na oposição e fixaram um prazo para que o presidente, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresente até dezembro um "plano de revitalização" do DEM, em uma estratégia para tentar antecipar sua saída do comando do partido. Parte da executiva defende que o DEM realize novas eleições para a presidência do partido antes de outubro, quando terminam os prazos de filiações para as eleições municipais. Parte dos democratas decidiu pressioná-lo depois que Rodrigo Maia prorrogou seu mandato, que terminaria em dezembro, até o final de 2011. Ele está no cargo desde 2007. "Na minha cabeça, esse processo de revitalização passa por antecipar as eleições nos três níveis, municipal, estadual e federal, dentro do partido", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Rodrigo Maia não participou do encontro porque está em Washington (EUA) acompanhado de uma delegação de deputados federais. Ex-presidente do DEM, Jorge Bornhausen disse que o momento é de mudanças para que a sigla possa se renovar a tempo de disputar com peso as eleições municipais de 2012: "Temos que fazer o dever de casa onde ele não foi feito. Quando dissolvemos diretórios regionais em 2007, eram para novos serem formados. Mas nem todos fizeram. Continuamos a ter no partido setores cartoriais que existem até hoje". A estratégia do DEM é aumentar o número de candidatos em 2012 para que o partido tenha maior capilaridade no País. Sobre a possibilidade do DEM se fundir a outro partido, Rodrigo Maia disse que a reunião da executiva "extirpou o câncer" da possibilidade do DEM se unir a outra sigla. "A tese da fusão foi rechaçada por unanimidade. Isso fortalece o partido. Como seria possível convidar alguém para ir para um partido que poderia acabar?", questionou ele. A fusão vinha sendo articulada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que também consultou aliados sobre a hipótese de filiação ao PMDB, como alternativa para disputar o governo do Estado em 2014. Borhnausen disse que a discussão sobre a fusão está "sepultada", uma vez que não chegou a existir formalmente: "Kassab está absolutamente integrado. Estão todos imbuídos no mesmo sentimento de revitalização". Em nota, o presidente em exercício do partido, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou que a decisão da executiva é permanecer como um partido de oposição ao governo petista: "Tão legítimo quanto o exercício do governo é o exercício da oposição. Um país sem espaço para o contraditório não é democrático".
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