terça-feira, 2 de novembro de 2010
Dissidentes políticos cubanos lançam apelo à Dilma
Dissidentes políticos cubanos pedem que a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, modifique a forma pela qual o governo brasileiro tem lidado com o regime do ditador Raul Castro e pressionam para que a questão dos direitos humanos entre na agenda entre Brasília e Havana. "Não queremos nada de extraordinário. Apenas que a nova presidente do Brasil defenda ao povo cubano as mesmas liberdade que ela defenderia para sua própria população", afirmou Dagoberto Valdés, um dos dissidentes ainda mantido em liberdade em Cuba. O dissidente é um dos responsáveis pelo movimento Convivência e foi em nome do grupo que fez a declaração à Dilma. Sem liberdade para publicar seu comunicado em Havana, o dissidente foi obrigado a usar "contatos" que tem na Espanha para tornar pública sua declaração. "Em Cuba, a liberdade é um ingrediente raro", disse o dissidente por telefone. "Felicitamos a nova presidente por sua eleição e queremos que o Brasil continue a manter sua relação com Havana. Mas insisto que temos esperanças de que suas relações com Cuba trabalhem pelos mesmos direitos que ela quer para os brasileiros", afirmou. Durante o governo de Lula, o Brasil se transformou no segundo maior parceiro econômico e comercial de Cuba no Hemisfério Ocidental, superado apenas pela Venezuela. Entre 2003 e 2009, o comércio bilateral triplicou, chegando a quase US$ 600 milhões no ano passado. Em sua última visita à ilha, Lula assinou dez acordos de cooperação e prometeu investimentos de US$ 300 milhões na ampliação do Porto de Mariel. A viagem ficou marcada pela morte do dissidente Orlando Zapata. Lula disse que ele era igual aos bandidos que estão nas prisões em São Paulo.
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