sábado, 13 de novembro de 2010
Camargo Corrêa foi a que mais colaborou a partidos e candidatos, com R$ 50 milhões
As principais empreiteiras do País, que detêm maior volume de contratos relativos a obras públicas, doaram R$ 111 milhões a partidos e candidatos nas eleições de 2010. Registros do Tribunal Superior Eleitoral mostram que a Camargo Corrêa é a campeã de doações, repassou R$ 50 milhões a políticos. A Queiroz Galvão, outra gigante da construção civil, fez aportes que somaram R$ 46 milhões. A OAS liberou 14, 94 milhões. Os dados são parciais e constam das prestações de contas dos candidatos e comitês de campanha e dos relatórios que as próprias empreiteiras enviaram aos Tribunais Regionais Eleitorais e ao Tribunal Superior Eleitoral. Nem todo o montante desembolsado já foi comunicado às cortes eleitorais. Os candidatos que disputaram segundo turno ainda têm prazo legal até o fim de novembro para apresentar nova prestação de contas. Os R$ 111 milhões foram transferidos para o caixa de campanha de candidatos que concorreram a mandatos em Assembléias estaduais, Câmara dos Deputados e Senado Federal. Também foram contemplados políticos que disputaram cargos no Executivo, governo dos Estados e Presidência da República. As empreiteiras ocupam de longe o primeiro lugar no ranking dos maiores doadores. E não é por acaso. Ocorre que elas também têm empresas que atuam no setor do lixo no Brasil. No caso da Camargo Correa, essa empresa é a Cavo. Os contratos de lixo são sempre os mais caros de qualquer cidade do País. O setor é absolutamente bilionário. E mais do que isso, é totalmente cartelizado. São as empreiteiras que determinam a divisão do setor entre seus componentes. A Queiroz Galvão também tem empresa na área do lixo. Além da Camargo Corrêa e da OAS, constam da relação Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Carioca Christiani-Nielsen, Constran, Carioca, Mendes Júnior e Odebrecht (também tem empresa de lixo). E isso que ainda não apareceu, e provavelmente vai levar muito tempo para aparecer, por exemplo, o dinheiro que essas empreiteiras doaram direto para os partidos, burlando a lei eleitoral. Aí os partidos encaminham o dinheiro para o candidato de preferência da empresa doadora.
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