sábado, 20 de novembro de 2010
Advogado deixa caso após vídeo de agressão
Os cinco jovens de classe média que espancaram três pessoas na Avenida Paulista, região central, no domingo dia 13, poderão responder por tentativa de homicídio, crime mais grave que lesão corporal, pelo qual já são acusados. Uma testemunha disse na quinta-feira à polícia paulista que uma das vítimas foi agredida até perder os sentidos porque, na opinião dos agressores, seria homossexual. O advogado de um dos acusados, de 16 anos, abandonou o caso. "A agressão foi de graça, sem motivo. Acho que o rapaz poderia até ter morrido", disse o segurança Rafael Fernandes, após prestar depoimento no 5° Distrito Policial (Aclimação), onde o caso é investigado. "Perguntei para um dos agressores porque estava fazendo aquilo. Ele respondeu bem seco: 'Porque ele é "viado", afirmou a testemunha. Fernandes presenciou o ataque ao estudante L., de 23 anos, por volta das 6h30. "Você tem um sujeito desmaiado, ensanguentado, sem esboçar reação, sendo agredido por cinco pessoas que têm esclarecimento sociocultural razoável... Na minha opinião, se eles não quiseram matar, eles assumiram o risco", avaliou o delegado Renato Felisoni, do 5° DP. O policial entende que o depoimento e as imagens que mostram a agressão seriam suficientes para sustentar a mudança do crime para tentativa de homicídio. Após ver as imagens do crime, divulgadas na quinta-feira pel o SBT, o advogado Orlando Machado, que defendia o jovem de 16 anos, decidiu abandonar o caso, pois entendeu que o garoto mentiu para ele. "Não me sinto à vontade para continuar. Perdi a confiabilidade. Os jovens disseram uma coisa para mim, para seus pais e para os outros advogados que estavam na delegacia domingo, mas as imagens mostram outra coisa", afirmou Orlando Machado.
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