sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Base do PMDB gaúcho recomenda ao Diretório Estadual a adoção do apoio a José Serra
Com o intuito de ouvir seus membros para subsidiar a posição do Diretório Estadual quanto ao segundo turno da eleição à Presidência da República, a executiva do PMDB/RS reuniu-se com correligionários na tarde desta quinta-feira, no Hotel Everest, em Porto Alegre. Jornalistas que conseguiam ouvir pedaços da reunião relatavam que o clima estava quente entre os presentes. A reunião foi presidida pelo 1º vice-presidente da seção gaúcha, deputado estadual Márcio Biolchi. Após ouvir o posicionamento dos presentes, o advogado da seção gaúcha, Milton Cava, esclareceu as dúvidas relacionadas ao quorum necessário para a realização de votação, visto que se tratava de uma reunião bem mais ampla do que uma reunião do Diretório. “Não há no Estatuto nada que se refira a reuniões desta natureza. Poderia ser considerado por analogia o Estatuto partidário quando se refere ao Diretório Nacional, estabelecendo o quorum de 50% mais um, para decidir validamente em temas de sua competência”, afirmou Cava. A partir do esclarecimento, Biolchi conduziu o processo de votação, baseado em moções elaboradas e apresentadas pelos presentes. Através de votação, foi decidido, por maioria dos presentes, optar pela moção de recomendação ao Diretório Estadual, com o seguinte texto: “O PMDB/RS reunido em assembléia política propõe ao Diretório Estadual a recomendação de apoio à candidatura de José Serra, para a Presidência da República, no segundo turno”. A partir da recomendação aprovada, a executiva da seção gaúcha deverá convocar nos próximos dias reunião dos membros do Diretório Estadual para que ele então se manifeste sobre o tema. O presidente do partido, que passou o comando mas ainda não renunciou ao cargo, o senador Pedro Simon, continua com seu mutismo. Assediado por José Serra, o candidato fragorosamente derrotado a governador, José Fogaça, também não declarou apoio a ninguém. Depois os peemedebistas não sabem por que perderam eleição no Rio Grande do Sul. O deputado federal Mendes Ribeiro Filho (antigo membro da Arena, durante a ditadura militar, na qual presidiu a juventude arenista), comandou uma claque de apoio à candidata petista Dilma Rousseff. Nada a estranhar, porque Mendes Ribeiro tem escola no sentido de acompanhar o poder. Ele fez uma dramatização na reunião: "Eu quero licença para apoiar o meu Partido. Eu só quero licença para apoiar o candidato do meu partido. Ninguém é presidente da Câmara por três vezes por acaso”. Antes do encontro do partido no Hotel Everest, ele esquentou o ritmo com sua claque de peemedebistas neopetistas no Hotel Copacabana. Ali calibrou o discurso: "Como o PMDB gaúcho será mais forte? Com ou sem um vice-presidente do Brasil?” Ele ressaltou que a ex-ministra conta com seu apoio porque a considera preparada, séria e de alma gaúcha: “Apoiei a Dilma quando ela tinha menos de 4% e nem era a candidata do Lula. Devo ter perdido voto, mas política é posição. Eu conheço a Dilma e sei quem ela é. Acho que ela vai ajudar mais o Rio Grande do Sul do que o Serra, a quem respeito, mas não o conheço”. Todo este fervor neopetista de peemedebistas comandados por Mendes Ribeiro esfriou-se rapidinho na reunião do Hotel Everest. E para silenciar a turba neopetista valeu até um discurso com "choradinha" de José Fogaça, que pediu juízo a todos.
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