Os advogados do Prêmio Nobel da Paz 2010, o dissidente chinês Liu Xiaobo, estudam negociar com as autoridades do país a redução da condenação de 11 anos que o intelectual cumpre por ter reivindicado reformas democráticas na China. O grupo pretende reunir-se com a esposa do dissidente político, Liu Xia, antes de apresentar ao governo chinês a proposta de redução de sua condenação. "Por enquanto é só uma idéia. Não podemos dar mais detalhes até nos reunirmos com a esposa de Liu Xiaobo. Estamos esperando o relaxamento de sua vigilância domiciliar para que nos visite", disse Ding Xikui, um dos advogados envolvidos.
O advogado e dissidente Teng Biao, próximo à família, manifestou que a redução da condenação de Xiaobo também "dependerá da pressão internacional e social direcionada ao regime chinês". O dissidente chinês Liu Xiaobo, que ganhou Prêmio Nobel da Paz, está incomunicável na prisão. Liu Xiaobo, de 54 anos, foi detido em dezembro de 2008 após colaborar na redação do manifesto político "Carta 08", no qual ele e outros 300 intelectuais pediam a entrada em vigor de direitos constitucionais como a liberdade de imprensa e expressão, o pluripartidarismo e a proteção ao meio ambiente. Um ano mais tarde foi condenado a 11 anos de prisão por "subverter o poder contra o Estado", em sua terceira pena por dissidência. Ele recebeu no domingo a visita de sua esposa, em encontro de uma hora na prisão de Jinzhou, na província de Liaoning, a cerca de 480 quilômetros de Pequim, segundo informou a própria Liu Xia, de 49 anos, através de sua conta no Twitter. Governos e organizações de todo o mundo, como a Anistia Internacional, a Freedom Now e Human Rights in China, pediram a libertação do novo Nobel da Paz e, desde hoje, a de sua esposa, que também foi presa. No coro pela libertação de Xiaobo estão quatro relatores da ONU, que classificaram o dissidente como um "valente defensor dos direitos humanos". "Liu Xiaobo é um valente defensor dos direitos humanos, pelos quais lutou contínua e pacificamente na República Popular da China. Damos as boas-vindas ao reconhecimento do seu trabalho", disseram os analistas em comunicado. "Durante muitos anos expressamos ao governo chinês nossa preocupação a respeito das violações dos direitos fundamentais de Liu Xiaobo. Isto inclui sua detenção em 1997 e a sentença de reeducação mediante o trabalho por ter criticado o sistema político unipartidário do seu país, que consideramos arbitrário", completam os relatores.
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