A servidora Ana Maria Rodrigues Caroto Cano, da Receita Federal, alegou, em depoimento à Polícia Civil, ter sido orientada pela Corregedoria do órgão a "esquentar" o acesso ao sigilo de contribuintes que tiveram seus dados fiscais acessados ilegalmente na agência de Mauá, na Grande São Paulo. Ana Maria é uma das suspeitas de acessar ilegalmente declarações de contribuintes a partir da senha da chefe da Receita na cidade. Segundo informações da Polícia Civil de São Paulo, a servidora e seu marido, José Carlos Cano Larios, foram detidos para prestar depoimento sobre a suspeita de que estariam induzindo os contribuintes a assinar procurações com o objetivo de justificar os acessos ilegais. Em depoimento, eles disseram que seguiam orientação da Corregedoria da Receita. A agência de Mauá foi palco da quebra de sigilo fiscal de quatro tucanos, de Verônica Serra e do genro do presidenciável tucano, José serra. Todos os acessos partiram do computador da servidora Adeildda Ferreira dos Santos, que junto com Ana Maria teria livre acesso a senha da chefe da Agência, a servidora Antonia Aparecida Neves Silva. Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo revelou a estratégia do comando da Receita para abafar a violação do sigilo fiscal de Verônica, ocorrida dia 30 de setembro de 2009 em uma agência de Santo André. Por 20 horas, a Receita sustentou a versão de que ela pedira seus dados, mesmo sabendo que a violação ocorrera com uma procuração falsa. A suspeita de que Ana Maria e Larios estariam tentando "esquentar" os acessos surgiu depois da denúncia de um contribuinte, que disse ter sido procurado por Larios com um pedido para assinar uma procuração autorizando o acesso a seus dados fiscais. A denúncia levou os investigadores ao escritório de Larios, onde foram encontradas 23 procurações preenchidas, mas não assinadas, de pessoas que a polícia suspeita que tiveram seus dados fiscais acessados sem procuração na agência de Mauá.
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