O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, tem dito a aliados que alertou pessoalmente, em janeiro, o presidente Lula sobre a violação do sigilo fiscal de sua filha, Veronica. Segundo seus relatos, a conversa com Lula aconteceu no dia 25 de janeiro, quando se encontraram na solenidade oficial de comemoração do aniversário da cidade de São Paulo. Serra conta que, advertido pela própria filha, mostrou a Lula cópias impressas de artigos publicados em blogs de apoio ao PT e à candidatura de Dilma Rousseff. Como os textos continham dados sobre Veronica, Serra reclamou da exposição de sua família em blogs "patrocinados pelo governo". Serra questionou Lula sobre a origem dos dados. Lula disse a ele que não tinha nada a ver com as publicações. Como sempre... Serra disse a amigos que ficou especialmente contrariado ao saber que, dois meses depois da conversa, o governo Lula enviou cumprimentos ao blog pelo aniversário. Agora, com a confirmação da quebra de sigilo da filha, Serra tem se queixado pelo fato de o governo Lula ter negado qualquer envolvimento. Serra disse que os dados referentes à declaração de bens de sua filha eram usados, desde o ano passado, em blogs que chamou de "semioficiais". "Esse pessoal que vem fazendo os blogs é da campanha da Dilma", acusou Serra. "No ano passado, minha filha disse: 'meus dados de imposto de renda estão circulando nesses blogs sujos do PT', inclusive referências feitas em blogs da Dilma, dos amigos do presidente Lula, blogs semioficiais. Há inclusive cartas cumprimentando um dos blogs pelo aniversário. Eram blogs semioficiais". Na entrevista, realizada após audiência com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, Serra acusou o governo de "blindagem" de Dilma. Serra disse que Dilma é a responsável pela violação do sigilo, ainda que afirme desconhecer a quebra. "Ela é a responsável, porque é a responsável pela campanha. O esquema de espionagem foi feito com gente nomeada, reuniões, pessoas contratadas e tudo mais", afirmou. Serra acusou a Receita de postergar as investigações, no que chamou de operação "abafa-abafa".
Nenhum comentário:
Postar um comentário