Um líder cigano da Romênia comparou nesta quarta-feira o presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao ditador romeno marechal Ion Antonescu, de antes da Segunda Guerra, após a expulsão de centenas de ciganos da França. "Sarkozy está fazendo o que Antonescu fez", disse Iulian Radulescu, durante um festival anual, que acontece em um vale aos pés dos montes Cárpatos. Antonescu deportou 25 mil ciganos da Romênia para a região soviética de Trans-Dniester, em 1942. Cerca de 11 mil ciganos morreram após terem sido deportados da Romênia. Não há números precisos sobre os ciganos mortos durante o nazismo, mas segundo o Museu Memorial do Holocausto nos Estados Unidos, foram entre 220 mil e 500 mil. O governo de Sarkozy mandou cerca de mil ciganos de volta à Romênia e à Bulgária nas últimas semanas, como parte de medidas de combate ao crime. Sarkozy ligou os ciganos ao crime, chamando os campos em que alguns deles vivem de fontes de tráfico, exploração de crianças e prostituição. Radulescu pediu que líderes ciganos tentem conter os crimes dentro de suas comunidades. Segundo ele, as centenas de ciganos expulsos estão pagando o preço "dos crimes de uns poucos". "Não é certo ser expulso se você é um cidadão dentro da lei", disse o líder de 71 anos. Há entre 10 milhões e 12 milhões de ciganos na União Européia, a maioria vivendo em circunstâncias de calamidade, vítimas de pobreza, discriminação, violência, desemprego e habitação precária. Cerca de 1,5 milhão vivem na Romênia, um país de 22 milhões de habitante, que tem a maior população de ciganos na Europa. Tanto a França como a Romênia são membros da União Européia, e sob as regras que regem o bloco de 27 membros seus cidadãos podem viajar livremente dentro da União Européia, mas os governos também podem, legalmente, mandar cidadãos para outros países da União Européia se eles não conseguem encontrar trabalho ou se manter. Sarkozy, um dos amigos preferidos de Lula (do qual ele pretende comprar caças militares), obviamente, não é um nazista, mas esta iniciativa de seu governo em relação aos ciganos efetivamente é, no mínimo, muito incômoda. Ela faz recordar aspectos da Segunda Guerra Mundial que ainda não cicatrizaram inteiramente. Por outro lado, as atitudes em relações aos ciganos mostram como os europeus são imensamente bárbaros quando se trata de questões étnicas. Um exemplo disso é a feroz região da antiga Iugoslávia.
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