domingo, 26 de setembro de 2010
Consultor liga esquema da Casa Civil de Lula a contas bancárias no Exterior
O esquema de favorecimento a empresas privadas que causou a demissão da ministra petista da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito de Dilma Rousseff, contava com duas contas bancárias no Exterior para receber o dinheiro arrecadado com contratos de intermediação de negócios com o governo federal. As contas estão em nome de empresas em Hong Kong, região administrativa especial da China. Segundo empresários de Campinas (SP), elas foram indicadas para o depósito de R$ 5 milhões para cobrir dívidas de campanha eleitoral. A EDRB do Brasil diz que deveria pagar o valor para ter liberado um financiamento no BNDES. A Capital, consultoria de lobby dos filhos de Erenice, intermediou o contrato. O consultor Rubnei Quícoli, parceiro da EDRB em um projeto de usina solar no Nordeste, e um dos dois donos da EDRB, Aldo Wagner, disseram que foram recebidos pela petista Erenice Guerra em audiência na sede da Presidência da República para discutir o projeto. De acordo com os papéis, a Capital pediu R$ 240 mil em seis parcelas mais 5% sobre o total a ser liberado pelo banco. A EDRB pretendia obter R$ 9 bilhões do BNDES, em três parcelas. A EDRB não fez os pagamentos, pedidos pela primeira vez em dezembro. Entre janeiro e fevereiro, o consultor enviou e-mails em tom ameaçador para a Capital e alertou a Casa Civil sobre a cobrança indevida. As conversas entre os dois lados, contudo, continuaram. Entre fevereiro e março, segundo o consultor, o ex-diretor dos Correios, Marco Antônio Oliveira, levantou a necessidade do pagamento de um bônus extra de R$ 5 milhões, que seriam usados para cobrir "uma dívida" ligada à campanha da presidenciável Dilma Rousseff. Marco Antonio é tio de um dos sócios da Capital, Vinícius Castro, servidor da Casa Civil, que também foi demitido neste mês.
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