O presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Michel Temer (PMDB-SP), classificou a invasão de agentes penitenciários de "indevida" e atribuiu ao protesto o cancelamento da sessão de votações na tarde desta quarta-feira. "Cancelei a sessão na Câmara porque nitidamente não havia quórum; porque houve agressão a seguranças; porque houve ocupação indevida das dependências da Câmara; porque na democracia não se consegue votar por meio de força física", justificou Temer. O comentário foi postado em sua página no microblog Twitter. Temer não esteve na Câmara nesta quarta-feira, último dia da semana de esforço concentrado de votações convocada por ele próprio. Com a decisão, os deputados só voltarão à Casa para votar projetos depois das eleições. Temer, vice na chapa de Dilma Rousseff (PT) ao Planalto, se isentou da culpa pela falta de votações: "Todos sabemos que fiz a pauta para votar. E ainda votaremos quando houver acordo de lideranças". Os agentes penitenciários, que ocuparam o salão verde da Câmara na noite de terça-feira, deixaram o local por volta das 14 horas desta quarta-feira, após serem informados pelo vice-presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), que Temer cancelaria a sessão ordinária. Os manifestantes reivindicavam a discussão da PEC (proposta de emenda à Constituição) que cria a Polícia Penal. Eles invadiram a Câmara na terça-feira, após confronto com seguranças da Polícia Legislativa. Nesta quarta-feira, retiraram-se indignados, prometendo a convocação de uma greve nacional nos presídios. É uma maravilha, deixar a bandidagem toda à vontade. Isto é o que se pode chamar de ameaça de alta periculosidade à população brasileira, feita por funcionários públicos.
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