Em depoimento à Corregedoria da Receita Federal, na terça-feira, em São Paulo, o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas, informou que há outro meio de acessar o sigilo fiscal de um contribuinte que não seja pelos terminais do órgão. Segundo ele, isso poderia ser feito por meio de um procedimento técnico chamado "apuração especial" e conduzido pelo Serpro, órgão que gerencia os sistemas informatizados do fisco. As informações fiscais de Eduardo Jorge faziam parte de um dossiê montado por um "grupo de inteligência" (turma da espionagem) que atuava na pré-campanha presidencial da petista Dilma Roussef. Depois de uma hora e meia de depoimento, Eduardo Jorge disse não acreditar que os culpados pela prática irregular do acesso sem base legal e do crime de vazar as informações sigilosas sejam encontrados. "É a terceira vez que isso acontece, e nunca acharam os culpados. Por que encontrariam desta vez?" - perguntou ele. No depoimento de uma hora e meia, Eduardo Jorge também afirmou que os dados fiscais violados saíram de dentro do comitê de campanha da candidata Dilma. Na investigação aberta pela Receita para apurar o caso, dez servidores lotados no escritório do órgão em Mauá foram ouvidos. Conforme a corregedoria, o acesso considerado sem motivação ocorreu naquele escritório do fisco. Dois dos funcionários prestaram declarações na condição de acusados: Antonia Aparecida dos Santos Neves Silva e Addeilda dos Santos. Servidora da Receita, Antonia Aparecida dos Santos Neves Silva chefiava a unidade de Mauá. A senha dela foi utilizada para o acesso aos dados de Eduardo Jorge considerado "indevido". O computador utilizado, porém, pertence a Addeilda. Em depoimento, Antonia disse ter compartilhado sua senha de trabalho com Addeilda e também com Ana Maria Caroto Cano. Estas duas últimas são servidoras do Serpro cedidas à Receita.
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