Nota do Editor - Acabei de chegar da rua às 18 horas, com minha neta que fui buscar na escola. Encontro na portaria do meu prédio, um edifício de 48 apartamentos, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, a pesquisadora do IBGE. Uma garota devidamente identificada, com muito boa aparência, cara de pessoa atilada. Ela pede para me entrevista e prontamente me disponho a responder as perguntas. Respondo ao chamado questionário simplificado. Ele me pergunta por qual cor quero me declarar. Não perguntei a ela como faria se eu me recusasse a me identificar como branco, preto, amarelo, ou sei lá mais o que estão perguntando. Pergunta quantos banheiros há no apartamento. Se alguém morreu na residência no último ano. Se alguém chegou do Exterior no período de um ano na minha residência. Se sei escrever e ler, assim como familiares. Depois diz que precisa de meu primeiro nome e último sobrenome. E a seguir pergunta sobre renda. Ora, acho isso muito estranho. Isso não é mais pesquisa, isso é interrogatório do tipo nazista, isso é controle indevido sobre a população brasileira de parte do Estado. A entrevistadora ainda pede que eu assine com a caneta eletrônica no aparelho em que ela preenche as perguntas do formulário. Pergunto quando ela aplica o formulário completo, e ela me responde que é aleatório, mas de 20 em 20 pesquisas realizadas. E que uma vez por semana ela se dirige até o IBGE para descarregar os dados pesquisados de seu aparelho. Ou seja, com a tecnologia disponível atualmente, o IBGE poderia aplicar o questionário completo a todos os brasileiros, e os dados serem transferidos praticamente online, pesquisa em tempo real, mais ou menos como são as eleições hoje em dia no País. Mas, não...... Sobre o questionário completo, em face da minha pergunta, a pesquisadora esclarece que há, sim, uma pergunta que refere a qual raça a pessoa pertence. Ora, esse é um conceito não só inadequado, ela é perfeitamente incompetente, incorreto, ilegal. Afinal, pelos conhecimentos genéticos disponíveis em nível global, está totalmente definido que existe apenas uma raça humana. Portanto, o conceito sobre existência de raças é absolutamente racista, o que é ilegal. Mas, a pesquisadora não tem alternativa, porque não existe o quesito humano no questionário. Conforme ela, um vizinho quis se declarar "mameluco", mas não havia essa denominação no questionário. Se o formulário completo é aplicado aleatóriamente, sem o controle da pesquisadora, a cada 20 pesquisas completadas, quantos brasileiros passarão então pelo formulário completo? Respondam-me. Outra coisa: não quiseram saber qual meu nível de escolaridade, se voto, se gosto de caminhar, se adoro música ou não, se já viajei ao Exterior, se tiro férias, nada. Sinto-me completamente frustrado. O IBGE, em última análise, para mim, no seu censo, tornou-se um grande Ibope, Sensus, Vox Populi da vida, com suas pesquisas por amostragem absolutamente furadas. E ainda querem falar no papo furado de que essas pesquisas são importantes para o planejamento de políticas públicas. A única política pública aparente que eles querem aplicar, com as perguntas que me fizeram, é a política racial. Ou seja, há um racialismo evidente na pesquisa do IBGE, e mais nada.
2 comentários:
descordo do seu ponto de vista pois esse questionamento sobre a raça permitirá maior detalhamento geográfico da composição étnica da população.E sobre a aplicaçao de dois questionario(basico e amostra), acho tal atitude sensata,pois apesar da tecnologia, seria gasto muito mais recursos ao aplicar um questionario completo para todos.
Concordo em grau gênero e numero,
achei invasivo e abusivo me cheiranda a venda de dados.
não existe preocupação com escolaridade,se votei nas últimas eleções, se estou contente com que está acontecendo no paìs, etc...
Um censo feito para saber quem somos e quanto ganhamos como se fossemos idiotas!!!
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