O forte crescimento do BNDES nos últimos anos e a atuação quase solitária nos empréstimos de longo prazo no Brasil se tornaram motivo de preocupação e de discussão dentro do próprio banco, de acordo com uma fonte da cúpula da instituição. Após o agravamento da crise global pelo colapso do banco norte-americano Lehman Brothers em setembro de 2008, o BNDES recebeu um total R$ 180 bilhões do Tesouro Nacional para fazer frente à demanda de investimento do setor público e privado. O banco de fomento também reforçou o uso de seu braço de participações, o BNDESPar, para ajudar na criação ou no fortalecimento de grandes grupos nacionais, seguindo orientação do presidente Lula. São exemplos a produtora de celulose Fibria e o frigorífico JBS. A instituição passou a ser alvo de críticas de economistas e políticos da oposição, que acusam o BNDES de privilegiar grandes empresas que poderiam captar recursos no mercado internacional a taxas competitivas. Os mesmo críticos alegam que o BNDES estaria abandonando seu papel primordial, deixando de lado micro, pequenas e médias empresas que carecem de empréstimos a custos mais baixos para financiar investimentos e operações. "Vivemos esse dilema diariamente. Se não emprestarmos, quem vai emprestar? Agora, não faz sentido um país desse tamanho e o volume de demanda de investimentos ser atendido apenas pelo BNDES", reconheceu um executivo do banco nesta sexta-feira. Apesar de reconhecer que o tamanho do banco preocupa, a fonte não descartou a possibilidade de o Tesouro fazer novos aportes no BNDES.
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