Os cerca de 300 índios de nove etnias que invadiram no sábado o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã (no noroeste de Mato Grosso, a 976 quilômetros de Cuiabá), fecharam um acordo para a desocupação imediata do local. O desfecho foi obtido após quase dois dias de negociações com representantes da Funai, do Ministério Público Federal, do governo de Mato Grosso e da empresa Energética Águas da Pedra (consórcio construtor da usina, formado pelas empresas Neoenergia, Eletronorte e Chesf). A empresa confirmou o fim da invasão e disse que os índios "estão se retirando do local e voltando pacificamente para suas comunidades". Segundo Salatiel Araújo, secretário-adjunto de Qualidade Ambiental da Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente), os índios concordaram com a oferta de um pacote de medidas nas áreas de saúde, educação e desenvolvimento sustentável. "O documento não prevê valores, mas estipula diversos programas e melhorias nestes três eixos, como a construção de escolas, ampliação de postos de saúde e a implantação de programas para piscicultura e coleta de castanha", disse Araújo. Os índios exigiam ser compensados pelos impactos ambientais e arqueológicos da obra, que está em fase final de construção no rio Aripuanã e terá capacidade instalada de geração de 261 megawatts.
Nenhum comentário:
Postar um comentário