O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou um “patrimonialismo selvagem” existente no País. Em reunião do Diretório Nacional do PPS, o ex-governador fez na sexta-feira um duro discurso contra o governo federal, sem citar o nome do presidente Lula nem o PT. Para Serra, quando o PSDB esteve no governo federal, diminuiu no País o patrimonialismo, definido por ele como “usar o governo como propriedade privada”. “As práticas do patrimonialismo voltaram ao Brasil em sua plenitude, em tudo que tinha de pior”, discursou Serra. “Estamos no momento mais patrimonialista da nossa história. Nem na República Velha, que era um regime oligárquico, tinha um patrimonialismo selvagem como o de hoje". Serra apontou ainda a existência de “bolchevismo sem utopia”, que seria a ideologia de grupos que chegam ao poder e esquecem a ética em nome do partido. Serra disse que o Brasil está batendo recordes da maior taxa de juros do mundo e da maior carga tributária entre países em desenvolvimento, além de figurar entre os governos que menos investem. Ele destacou a importância de investimentos de prefeituras e governos estaduais na comparação com os feitos pela União. Além disso, lembrou que o Brasil investiu nos últimos anos um terço do nível registrado na economia dos anos 1970 e que São Paulo, durante a sua gestão, triplicou o volume de investimentos. “A participação do governo federal nos investimentos é uma coisa pequena, quase insignificante, apesar de toda a onda”, afirmou. Sem citar o Programa de Aceleração do Crescimento, José Serra disse que o governo conta autorizações para concessão de crédito de bancos de fomento e investimentos privados como se fossem dinheiro do governo. “É o New Brazilian Way of Privatization”, ironizou.
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