quinta-feira, 9 de julho de 2009
Deputado apresenta PEC pedindo a volta do diploma para jornalistas
Com o apoio de 191 deputados, a PEC (proposta de emenda à Constituição) que exige diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista foi apresentada nesta quarta-feira à Câmara dos Deputados pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS). Agora ela será encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça para analise. É absolutamente lastimável, mas também é absolutamente compreensível, que a iniciativa dessa apresentação tenha sido do deputado federal petista gaúcho Paulo Pimenta. Esse é aquele deputado especialista em se esgueirar sinuosamente na calada da madrugada para dentro do carro do operador do Mensalão, o publicitário mineiro Marcos Valério, na garagem do Senado Federal. Esse é o mesmo deputado federal que apresentou um lista de nomes fajuta como participantes do esquema do Mensalão em CPI no Congresso Nacional. Denunciado pela entrada no carro de Marcos Valério, e pela lista fraudada, o valente deputado petista da República de Santa Maria renunciou correndo à sua condição de relator na CPI. Mais do que isso: passou a suplicar para que o deputado federal Julio Redecker (PSDB), morto no desastre do Airbus da TAM, no Aeroporto de Congonhas, tivesse piedade dele e não o denunciasse para o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Quatro pessoas estavam em volta do deputado federal Julio Redecker no saguão do Aeroporto Internacional de Brasília, quando o deputado federal Paulo Pimenta fez a sua lamúria, e foram todas testemunhas do telefonema, porque o deputado federal Julio Redecker colocou o celular no viva-voz. A escandalosa, indecente proposta de emenda constitucional de Paulo Pimenta, visa incluir na Constituição um dispositivo que estabelece a necessidade de curso superior em jornalismo para o exercício da profissão de jornalista. Paulo Pimenta deveria novamente ter seu nome denunciado ao Conselho de Ética da Câmara, por ignorar, descumprir, ignorar, o Artigo 5 da Constituição Federal, uma cláusula pétrea, pela qual não se pode opor limitações ao direito de informação para qualquer cidadão brasileiro. A iniciativa de Paulo Pimenta assemelha-se ao golpismo. Já os outros 191 deputados que assinaram junto a proposta, pouco há a comentar sobre esses indivíduos. Lula, que falou sobre os 300 picaretas existentes na Câmara, pode dizer melhor sobre o assunto. Na justificativa à PEC, Paulo Pimenta afirma que "a história cansou de demonstrar que o jornalismo produzido por pessoa inepta pode causar sérios e irreparáveis danos a terceiros, maculando reputações, destruindo vidas e nodoando de forma irreparável o princípio democrático". Ele sabe o que está dizendo. Se não fossem os jornalistas responsáveis, isentos, profissionais, ele teria saído ileso do episódio do mergulho insinuante no carro de Marcos Valério. Ocorre que, com exigências de diploma, asseguram-se os direitos corporativos, a edição códigos de controle, etc..., coisas que são especialidades do PT. Sem essa exigência de diploma, não há como controlar a livre manifestação do pensamento e da informação. E aí não há espaço para mergulhos insinuantes nas tentativas de derrubado do Estado Democrático de Direito. Paulo Pimenta, após a morte do deputado federal gaúcho Júlio Redecker, deve ter considerado que era a hora de emergir novamente do mergulho sorrateiro no carro de Marcos Valério. E achou que o melhor modo de emergir seria fazendo um grande afago aos jornalistas e estudantes de jornalismo, além dos donos de cursos de jornalismo. Fique sabendo que não agrada nada ao editor de Videversus.
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