segunda-feira, 4 de maio de 2009
Índios acampam na Esplanada dos Ministérios e pedem aprovação do estatuto dos povos indígenas
A criação de um sistema de ensino educacional específico para crianças indígenas e a garantia de revisão e novas demarcações de terras estão entre os itens da proposta de estatuto dos povos indígenas que as lideranças de mais de 150 etnias pretendem entregar para parlamentares do Senado e da Câmara até sexta-feira, quando se encerra o acampamento terra livre. "Nós, ao longo dos anos, temos tentado destravar a pauta do Congresso Nacional. O projeto que hoje se encontra no Congresso não condiz mais com a nossa realidade, porque ele tramita lá há 14 anos", afirmou o líder da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, Marcos Xukuru. Segundo ele, outros assuntos que preocupam os índios são a mineração dentro das terras demarcadas, a gestão dos recursos hídricos, a falta de assistência à saúde e a criminalização e assassinato de militantes da causa indígena e dos próprios índios. "Nós conseguimos poder de veto em políticas de recursos hídricos, mas temos um problema porque a Casa Civil não reconhece esse direito e continua tocando projetos de hidrelétricas sem nos ouvir", acusou Xukuru. Os projetos energéticos do PAC também foram atacados pelo líder da Arpipan (Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal), Marcos Apurinã. "O grande projeto chamado PAC atinge diretamente as terras indígenas. Eles dizem que é indireto, mas nós somos nômades, para nós não existe atingir indiretamente. Existem mais de 40 projetos de hidrelétricas que vão inundar as nossas terras", acusou o líder. Os índios reunidos na Esplanada também reclamam da violência no campo e da criminalização das lideranças.
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