A Petrobrás está em uma corrida para alcançar o posto de quinta maior companhia antes do previsto. O planejamento estratégico da companhia, divulgado no ano passado, colocava como meta atingir essa posição em 2020. Mas, há 15 dias, a consultoria norte-americana PFC Energy já colocou a Petrobrás no sexto lugar entre as empresas de energia com maior valor de mercado. Isso representa um crescimento impressionante, uma vez que no ano passado a Petrobras estava em 11º lugar. A relação não inclui empresas estatais não listadas em bolsas de valores, o que exclui algumas companhias de países árabes. Em uma disputa incluindo empresas de capital fechado, a Petrobrás ocupava a 15ª colocação no ano passado, segundo a revista especializada Petroleum Inteligence Weekly. O ritmo de crescimento pode ser maior nos próximos anos, à medida que a Petrobras consiga confirmar o potencial da Bacia de Santos. A descoberta de reservas gigantes na região foi fator determinante para a ascensão da Petrobrás no ranking da PFC de 2007, no qual a estatal brasileira ultrapassou companhias tradicionais como a francesa Total e a britânica BP. Estimativas preliminares indicam a existência de até 100 bilhões de barris de petróleo e gás natural, o que confere à estatal enorme potencial para os próximos anos. O banco Credit Suisse diz em relatório que as ações da Petrobras podem valorizar até 35%, caso as expectativas se confirmem. Especialistas lembram, porém, que o movimento de expansão da companhia é anterior às descobertas abaixo da camada de sal, ganhando maior intensidade após a abertura do mercado brasileiro de petróleo, em 1997. Melhorias na gestão da companhia foram um dos principais focos da direção indicada pelo segundo governo Fernando Henrique Cardoso e que alçaram a Petrobras ao patamar atual. No lado operacional, houve melhora de gestão, a empresa intensificou o investimento em pesquisa e exploração e colheu os frutos de esforços passados. Conseguiu passar a produção de petróleo de 1 milhão de barris por dia em 1997 para 2 milhões de barris por dia em 2007, embora tenha levado dez anos para duplicar essa produção. Nesse período, o valor de mercado da companhia subiu da casa dos US$ 20 bilhões para US$ 241,7 bilhões. No ano passado, quando se completaram dez anos do fim do monopólio, especialistas do setor foram unânimes em afirmar que a Petrobrás foi uma das mais beneficiadas pelas mudanças na lei do petróleo. Hoje, a empresa atua em 26 países. É a maior companhia da Bolívia, a segunda maior petroleira na Argentina e tem importantes projetos na porção norte-americana do Golfo do México, uma das áreas mais competitivas do mundo. Além disso, tem se tornado parceria preferencial para empresas de todo o mundo interessadas em buscar reservas em águas profundas. A variada atuação internacional ajudou a companhia a reduzir sua exposição ao risco Brasil, além de garantir maior visibilidade junto a investidores internacionais. Entretanto, o fato é que nem melhorias de gestão nem os bons resultados exploratórios teriam provocado tal valorização se o preço do petróleo não tivesse disparado nos últimos anos, chegando perto dos US$ 100 por barril no início de janeiro. Há dez anos as cotações internacionais situavam-se entre os US$ 12 e US$ 20 por barril.
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