Uma recessão nos Estados Unidos, hoje, com os elementos que podem precipitá-la (crise imobiliária e de hipotecas, restrição ao crédito, prejuízos dos bancos, altos preços da energia e fraco mercado de trabalho) pode ser mais profunda que as registradas nos últimos 25 anos, segundo reportagem do jornal The Wall Street Journal. De acordo com o economista David Rosenberg, do banco de investimentos Merrill Lynch, a recessão em que os Estados Unidos correm o risco de cair hoje pode ser mais severa que a de 2001 (logo após o estouro da bolha das empresas "pontocom" e agravada após os ataques contra o World Trade Center em 11 de setembro daquele ano). A opinião é compartilhada pela economista Carmen Reinhart, da Universidade de Maryland. Segundo ela, a atual crise pode estar entre as mais graves que já atingiram os países industrializados desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O economista Robert Gordon, da Northwestern University (no estado de Illinois), disse que a economia norte-americana pode encontrar um ponto de sustentação em suas exportações, que vêm crescendo, mas que, apesar disso, a recessão pode estar perto. Pesquisa divulgada na sexta-feira pela revista "Fortune" mostrou que os norte-americanos já vêem a economia dos Estados Unidos em recessão ou prevêem que ela deverá entrar em algum momento deste ano. Segundo a pesquisa, 19% dos entrevistados disseram que a economia já está em recessão, enquanto 57% afirmam que a economia irá entrar em recessão em algum momento neste ano. Cerca de metade dos entrevistados disseram também que já passaram a cortar gastos, o que foi visto como mau sinal para a economia. "Se os consumidores preocupados com a recessão passarem a reduzir seus gastos, isso vai se tornar uma profecia auto-realizável", disse o diretor de pesquisa econômica da Argus Research, Rich Yamarone.
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