sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
PSDB avisa que não negociará mais nada com o governo Lula
O senador Arthur Virgilio, líder da bancada do PSDB no Senado Federal, deu a declaração que é uma tomada de posição de guerra: "A hora é de corte de gastos e o governo prefere o confronto. Teria o nosso respeito, na primeira hipótese. Terá a nossa luta, na opção que fez. O PSDB não negociará mais com esse governo". Ou seja, é uma declaração de guerra ao governo Lula, e foi feita em função do pacote de aumento de impostos anunciado pelo governo federal na quarta-feira como medida para compensar os R$ 40 bilhões que deixará de arrecadar por ano com a extinção da CPMF. Em nota divulgada à imprensa, Arthur Virgílio lembra que o governo Lula havia assumido o compromisso com os partidos de oposição de que não editaria nenhum pacote tributário e nem substituiria a CPMF por um tributo similar, mesmo com nome diferente. Também foi prometido, acrescenta o senador, aguardar até fevereiro para discutir a "intensidade e a qualidade" dos cortes orçamentários, com o objetivo de garantir a manutenção de recursos para investimentos infra-estruturais e sociais. "A decisão de descumprir o acordo feito conosco não surpreende e nem decepciona. Infelizmente, o PSDB já sabia que ia ser assim. O governo desmoralizou o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, desgastou as lideranças do Senado e terá sérios percalços na discussão da peça orçamentária deste ano". A oposição ameaça endurecer e obstruir as votações no Senado. "Se o governo continuar no ritmo que está, com a prepotência e com a mesma fúria tributária, nós vamos ser obrigados a ser mais resistentes do que nos cinco anos anteriores do governo Lula", afirmou nesta sexta-feira o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ele acrescentou que a obstrução poderá ser necessária para que "o governo não jogue fora tudo que se ganhou nos últimos anos, em função de uma fúria tributária e de uma vontade de não fazer nada, de fazer populismo, aquilo que é mais fácil". Segundo o senador, a oposição está percebendo que o governo está indo pelo caminho completamente errado na economia, ao anunciar o pacote de medidas de aumento do IOF e da CSLL para compensar as perdas financeiras com o fim da CPMF: "É um péssimo sinal. Acomodou-se naquilo que é mais fácil, quando aumenta impostos, ao invés de se preocupar em negociar uma Reforma Tributária e uma redução de despesa. O governo está prepotente e arrogante. Não reconhece aquilo que é óbvio, que está gastando demais, que a carga tributária está altíssima, e não abre mão de um desperdício de recursos, inédito nos últimos anos na política econômica brasileira, o que vai levar no futuro a conseqüências muito difíceis para o País”.
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