domingo, 13 de janeiro de 2008

Crise do lixo em Nápoles afasta 500 mil turistas

A decisão de dez regiões italianas de receberem 100 mil toneladas de lixo da Campânia, sem obstáculos burocráticos e administrativos, está gerando manifestações em todo o país. As operações, apoiadas em grande parte pelos presidentes das câmaras municipais, já começaram com o auxílio do exército, que deverá garantir a segurança nos próximos quatro meses. A situação de emergência, cada vez mais caótica, foi tema de encontro, em Malta, neste sábado, entre o primeiro-ministro Romano Prodi e o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. A imprensa mundial tem sido muito crítica, prejudicando a imagem da Itália. A crise do lixo já levou muitos turistas a desistirem da suas férias. Nos próximos seis meses serão menos 500 mil pessoas a visitar a região, que vive sobretudo do turismo de elite, o que representa 70 milhões de euros de prejuízo. Agrava mais a situação a denúncia do diretor do Instituto Oncológico de Nápoles, Giuseppe Comella. Ele diz que há um grande aumento de crianças com malformações congênitas e cancros devido às substâncias tóxicas do lixo que, nas últimas décadas, era enviado para o Sul, em uma das operações mais lucrativas para as mafias locais. Uma denúncia que surge depois de serem conhecidos os resultados de um estudo da Organização Mundial da Saúde, que revela um aumento de entre 9% e 29% de cancros no fígado e vias biliares nos municípios onde são enterrados os resíduos. Para a imprensa alemã, este "desastre italiano" é um negócio sem fim: a Itália paga um milhão de euros por semana para enviar e tratar o lixo na Alemanha. Nas últimas três décadas muito resíduos têm viajado de comboio para a Alemanha e Suíça, onde são tratados e eliminados.

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