segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Superávit acima da meta cria folga para acelerar gastos no mês

A economia do setor público feita para o pagamento de juros até novembro dará uma folga para que os governos gastem mais no último mês do ano, sem descumprir a meta de superávit primário (receitas menos despesas, excluindo gastos com juros). Segundo o governo, o resultado acumulado está em R$ 113,387 bilhões, bem acima da meta para o ano, que é de R$ 95,89 bilhões. "Isso abre uma margem considerável para o cumprimento da meta de superávit. São quase R$ 17,5 bilhões que asseguram o cumprimento da meta em dezembro", afirmou Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Banco Central. O setor público é formado pela União, Estados, municípios e estatais. Juntos, precisam economizar R$ 95,89 bilhões, o equivalente a 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto). Nos 12 meses encerrados em novembro, o superávit primário estava em 4,22% (R$ 106,934 bilhões), contra 4,20% em outubro. Embora o superávit esteja acima da meta, dezembro é tradicionalmente um mês que concentra gastos elevados (como o pagamento do décimo terceiro do funcionalismo público e benefícios previdenciários) que se traduz em déficit, ou seja, as receitas não são suficientes para o pagamento das despesas. Em dezembro do ano passado, por exemplo, o resultado ficou deficitário em R$ 6,5 bilhões. O governo federal também terá um gasto extra de cerca de R$ 3 bilhões, neste ano, com o pagamento antecipado de benefícios previdenciários de até um salário mínimo.

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