O anúncio de Renan Calheiros (PMDB-AL), de que renunciava à presidência do Senado Federal, tumultuou a sessão de julgamento do processo que pedia a sua cassação, nesta terça-feira. Ele era acusado de usar laranjas para comprar empresas de comunicação no interior de Alagoas. Mas, foi absolvido, mais uma vez, pelo Plenário do Senado Federal, por 48 a 29. Mais uma vez os petistas foram os líderes na defesa de Renan Calheiros e nos votos carreados para ele. Mas, em vez de discutirem o processo, os senadores passaram a discutir o processo de sucessão. Pelo regimento, o presidente interino do Senado Federal, senador Tião Viana (PT-AC), tem cinco dias para convocar nova eleição. Tião Viana disse que os líderes partidários devem se reunir na terça-feira da próxima semana para discutir o processo eleitoral. Só depois de uma hora de discussão sobre a sucessão, a sessão marcada para julgar o senador Renan Calheiros começou a discutir o processo que pedia a sua cassação. Antes de o assunto ser discutido, Renan anunciou sua decisão de renunciar à presidência do Senado, senadores reclamaram de um esquema de espionagem e houve até parlamentar querendo saber qual era o assunto principal a ser tratado na sessão. O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) pediu a palavra para questionar o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC). "Presidente, eu quero saber o que nós estamos votando? Porque aqui se discute tudo, mesmo o que diz respeito a esse processo de Renan Calheiros", reagiu. Sentado na primeira fileira de cadeiras do Senado, Renan só se levantou para fazer o pronunciamento, no qual informou sobre sua renúncia. Ele se sentou ao lado dos senadores Euclides Mello (PRB) e João Tenório (PSDB), ambos de Alagoas. Ao final, a vitória do senador Renan Calheiros por 48 votos contra 29 aconteceu por uma margem ainda mais expressiva que o previsto. Muito seguro, após uma defesa que demoliu o fraco relatório de acusação do senador Jefferson Péres (PDT-AM), Renan Calheiros abriu mão de votar. Por isso, votaram 80 senadores, dos quais três se abstiveram. Já ex-presidente do Senado Federal, Renan Calheiros disse que decidiu abrir mão do comando da Casa para ser julgado como senador, e não como o presidente do local.
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