domingo, 9 de dezembro de 2007

Polícia Rodoviária Federal adia concurso público por denúncia de fraude

O Departamento de Polícia Rodoviária Federal adiou o concurso público que esta marcado para este domingo, após denúncia de fraude na prova. O concurso, que selecionaria 340 agentes no Mato Grosso e no Pará, tinha 122.448 inscritos em todo o Brasil. Na quinta-feira, a Procuradoria da República recebeu a denúncia de vazamento de informações do concurso na cidade de São João de Meriti (Grande Rio). Policiais da Coordenação de Inteligência designados para o caso apuraram a denúncia e a prova foi suspensa na noite de sexta-feira. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a empresa responsável pelo concurso, NCE (Núcleo de Computação Eletrônica), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participaria de todas as etapas do processo seletivo, desde a elaboração da prova até sua distribuição. A Polícia Rodoviária Federal acredita que o vazamento de informações aconteceu em alguma destas etapas dentro da empresa. O processo, que seria realizado neste domingo, em todas as capitais da região Centro-Oeste e Norte, foi suspenso por tempo indeterminado. O Núcleo de Computação Eletrônica tem site próprio dentro do portal da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele pode ser tudo, mesmo uma unidade de ensino da universidade. Parece mais uma empresa privada montada dentro da universidade para o benefício de alguns. O site do núcleo informa, por exemplo, que uma das suas atividades é a realização de concursos. Pode se saber o que isso tem a ver com o ensino de computação eletrônica? E não são poucos. No próprio site estão relacionados os seguintes concursos em andamento, com certeza, a maioria sem licitação: Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS - 8º Vestibular ao Curso de Graduação em Medicina; Ministério Público do Estado do Espírito Santo - Concurso Público para Cargos das Carreiras Administrativas; Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro - XXXIX Concurso Público para Técnico de Atividade Judiciária; XL Concurso Público para Analista Judiciário; Departamento de Polícia Rodoviária Federal – DPRF - Policial Rodoviário Federal – 2007 (suspenso); Prefeitura Municipal de Mesquita - Concurso Público para Preenchimento de Vagas em Cargos de Nível Superior e Médio; Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro – CRA-RJ - Concurso Público para cargos de Nível Superior, Nível Médio e Nível Fundamental; Companhia Docas de Santana - CDSA - Concurso Público para os cargos de Níveis Superior, Médio e Fundamental; Prefeitura Municipal de Santana - Concurso Público para cargos de Nível Superior e Nível Médio; Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRÁS - Concurso Público para cargo de Nível Superior e Nível Médio; Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais - Concurso Público para Gestor Fazendário e Técnico Fazendário de Administração e Finanças; Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC - Concurso Público para cargos de Nível Superior e Nível Intermediário; Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo - Concurso Público para Técnico em Comunicação Social; Eletrobrás Termonuclear S.A. - Concurso Público para cargos de Nível Médio. É evidente a necessidade de que a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal façam uma ampla operação nacional, investigando estas fundações e centros supostamente ligados a universidades, na verdade entidades privadas, que causam grandes prejuízos e desvios de recursos públicos, além de promoveram uma constante burla à lei de licitações. Uma sugestão: podiam começar investigando os contratos da Faurgs (Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Trata-se de uma instituição sem qualquer vínculo com a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), é uma fundação de direito privado, que se utiliza há quase duas décadas de uma suposta vinculação com a universidade gaúcha para obter toda espécie de contratos sem licitação. Como é uma fundação de direito privado, deveria ser fiscalizada pela Curadoria das Fundações do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Pergunta: em alguma vez, em toda a sua existência o Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul fiscalizou a Faurgs? Resposta: nunca. Pergunta: Por que não? Sem resposta, até agora. Até que o Conselho Nacional do Ministério Público entre em ação. Mais perguntas: quando foi que o Ministério Público Estadual fiscalizou a Fundatec e a Fundae (supostamente ligadas à Universidade Federal de Santa Maria), na verdade risíveis fundações de direito privado? Resposta: nunca? Pergunta: por que não fiscaliza? Resposta: não se sabe. Mas já é hora de a sociedade gaúcha saber. A Procuradoria da República deveria investigar porque o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul não fiscaliza essas fundações.

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